quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ministra ainda tem "fé" que chova em breve

ASSUNÇÃO CRISTAS
por LusaOntem

Fotografia © Fernando Fontes/Global Imagens
A ministra da Agricultura diz que tem "fé" que chova nas próximas
semanas e assim diminuam os efeitos da seca, acrescentando que, porém,
o Governo já está a fazer "um levantamento" do impacto do problema
para acionar ajuda europeia.
"Sem termos um levantamento detalhado e objetivo das várias situações
que estão a ser vividas, não conseguimos acionar mecanismos europeus
nessa matéria", disse hoje Assunção Cristas na comissão parlamentar de
Agricultura, em resposta a questões dos deputados, que quiseram saber
o que está a fazer o Governo em relação ao impacto da falta de chuva
no setor agrícola.

"Devo dizer que sou uma pessoa de fé, esperarei sempre que chova e
esperarei sempre que a chuva nos minimize alguns destes danos. Como é
evidente, quanto mais depressa vier, mais minimiza, quanto mais tarde,
menos minimiza. Se não vier de todo, não perderei a minha fé mas
teremos obviamente de atuar em conformidade", acrescentou a ministra
do Ambiente, do Mar, da Agricultura e do Ordenamento do Território.
Assunção Cristas repetiu várias vezes que o Governo já criou há várias
semanas uma "task force", que integra diversos organismos oficiais,
que estão por sua vez em contacto com as associações do setor, para
"monitorizar", "sinalizar" e "fazer a previsibilidade dos prejuízos"
relacionados com os efeitos da seca na Agricultura, recusando a ideia
de que não considerar este problema grave, como afirmaram os deputados
socialistas.
"Esta 'task force' foi constituída muito antes de toda a gente falar
da seca", sublinhou.
Sobre um pedido de ajuda europeia, Assunção Cristas afirmou que "só
com mais informação" se poderá acionar qualquer mecanismo, mas
garantiu que o Governo fará os levantamentos necessários
"rapidamente".
A ministra garantiu que levará o assunto ao próximo conselho europeu
de Agricultura.
"Mas só mais para a frente, e no decurso da evolução da situação,
poderemos formalizar esse pedido", acrescentou.
Assunção Cristas disse que o grupo de trabalho que criou "já sinalizou
algumas situações" e o que o setor que está "a sofrer mais" com a seca
é a produção animal, onde há já casos de falta de pastagens, pelo que
os animais estão a ser alimentados à mão, com fenos e palhas que
estavam reservadas para o verão.
Há ainda culturas de inverno que serão seriamente afetadas se não
chover nas próximas semanas e outras que ficarão "mais vulneráveis a
pragas", existindo "já um plano de prevenção" em relação a este último
problema.
A ministra da Agricultura referiu ainda que o objetivo é este grupo de
trabalho produzir relatórios de acompanhamento da situação a cada
quinze dias, os quais poderão porém tornar-se semanais se as condições
se agravarem.
Além de acionar mecanismos europeus de ajuda, o Governo está ainda a
estudar criar "medidas administrativas, como a flexibilização de
algumas exigências" relacionadas com a produção animal, afirmou.
Cristas defendeu ainda que é preciso deixar de olhar para o problema
da seca de "forma episódica", acrescentando que os dados parecem
revelar uma tendência para fenómenos de seca a cada cinco anos em
Portugal.
Nesse sentido, acrescentou, o ministério que tutela pondera criar
sistemas permanentes de estudo, monitorização e antecipação deste
problema.
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2318272&page=-1

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