domingo, 26 de fevereiro de 2012

Prejuízo de 30 milhões

Agricultura: Seca destrói culturas de sequeiro e pastagens
Ribeiras secas, pastagens comprometidas e sementeiras destruídas pela
ausência de chuva e fortes geadas. Este é o cenário de seca nos campos
agrícolas do Alentejo, que já levou à perda de mais de 100 mil
hectares de culturas de sequeiro, como o trigo, cevada e aveia. Os
agricultores apontam para prejuízos de 30 milhões. Os dias de sol vão
continuar prevendo-se que chova no Litoral, entre 3 e 6.
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Por:Alexandre M. Silva

"As culturas de Outono e Inverno estão irremediavelmente perdidas, com
prejuízos brutais para os agricultores que gastaram 300€ por cada um
dos 100 mil hectares destruídos", disse ao CM Bernardo Albino, da
Associação Nac. dos Produtores de Cereais.
O responsável frisa que as situações mais complicadas desta seca,
cujos prejuízos afectam, sobretudo, os agricultores do Alto Alentejo,
estão a ser alvo de um levantamento para um relatório a entregar em
Bruxelas, segundo revelou a ministra da Agricultura, Assunção Cristas.
"O distrito de Beja tem menos prejuízos", referiu Bernardo Albino, que
tem esperança na recuperação de algumas culturas "caso chova nos
próximos dias".

Mas os efeitos da seca estão também a desesperar os produtores
pecuários, que mantêm bem viva a memória da seca devastadora de 2005,
que levou à morte de centenas de animais. Sem pastagens, os
proprietários das explorações já alimentam o gado à mão com rações e
palha – que devido à procura disparou o preço por quilo em 40%.
"Os recurso hídricos estão baixos. As pastagens acabaram. Estamos
próximos da calamidade", diz Carpinteiro Albino, do agrupamento
Carnalentejana que agrupa 150 produtores de bovinos de raça
alentejana.
ÁGUA ESCASSEIA NA SERRA DE SERPA
Os primeiros sinais de seca são visíveis na serra de Serpa. Aqui não
há o regadio de Alqueva para ajudar. Os agricultores contam apenas com
a boa vontade de S. Pedro. "A minha seara de cevada para os animais
não dá pelas canelas. A água também escasseia", frisa Artur Martins,
de 73 anos, que luta pela sobrevivência do rebanho de 74 ovelhas. "A
situação está difícil. A reserva de palha acaba-se e as rações são
caras", diz.
"VAMOS VER O GADO A LAMBER O CHÃO À PROCURA DE COMER"
Com as pastagens a desaparecer dia após dia, os produtores pecuários
começam a recorrer às reservas de palha que estavam destinadas para o
Verão. "Já estou a alimentar o gado à mão porque tudo o que foi
semeado para pastagens está a morrer face à ausência de chuva e às
geadas. Ainda tenho uma boa reserva, mas muitos produtores já estão a
comprar", refere Silvina Batista Candeias, proprietária de 150 cabeças
de gado no Monte da Enfermaria, Portalegre. A produtora tem ainda
esperança na recuperação da pastagens. Mas caso não chova nos próximos
dias diz que a situação será dramática. "Se chover ainda cresce alguma
erva. Mas se continuar este tempo vamos ver o gado a lamber o chão à
procura de comida", diz.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/prejuizo-de-30-milhoes

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