sábado, 11 de fevereiro de 2012

Seca: Agricultores do Baixo Alentejo querem linha de crédito

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA)
pediu hoje ao Governo para "verificar" os efeitos da seca nos campos
da região e tomar medidas, como a criação de uma linha de crédito para
os agricultores.
"Temos toda a razão em pedir [ao Governo] para verificar o que se
passa com a seca", que "está a ganhar contornos muito alarmantes" nos
campos agrícolas do Baixo Alentejo, e, depois, "tomar atitudes", disse
o presidente da FAABA, Castro e Brito.
O dirigente agrícola falava em Beja, numa reunião que juntou cerca de
100 agricultores do Baixo Alentejo para analisar a situação de seca
que afeta a região e definir formas de atuação contra o eventual
desvio de verbas comunitárias afetas ao Alqueva e a "indefinição" à
volta da conclusão do projeto.

No final da reunião, questionado pelos jornalistas sobre que
"atitudes" espera do Governo, Castro e Brito referiu que o Executivo,
para minimizar os eventuais efeitos da seca, podia criar uma linha de
crédito para os agricultores e antecipar o pagamento de ajudas
relativas a este ano.
A seca está a "afetar" as culturas de sequeiro e a pecuária, já que há
agricultores que "estão sem pastagens e sem dinheiro para comprar
rações para dar de comer ao gado", explicou.
A situação é "grave" e as preocupações dos agricultores com a seca são
"terríveis", sobretudo porque "não há crédito nos bancos", disse.
"Ouvimos falar em linhas de crédito para as pequenas e médias
empresas", mas "a agricultura também tem pequenas e médias empresas e
corre muito mais riscos do que qualquer outra empresa", frisou.
Por isso, os agricultores têm "todo o direito de que venham também
para a agricultura essas linhas de crédito", defendeu.
Na reunião, José da Luz, presidente da Associação de Agricultores do
Campo Branco, que engloba os concelhos de Almodôvar, Aljustrel,
Ourique e Castro Verde, disse que a situação nos campos da região "tem
vindo a complicar-se" devido à seca.
Num ano em que "se semeou muito mais do que em qualquer outro" e
devido à falta de chuva, frisou, "as primeiras sementeiras" da região
"estão com grandes problemas" e as pastagens, necessárias para
alimentar o gado, "praticamente não existem".
"Esperamos que haja alguma preocupação do Governo em relação à
situação de seca", disse José da Luz, alertando que, "se não chover"
em breve, poderá começar a ouvir-se o "tocar a finados" (anúncio da
morte) nos campos da região do Campo Branco.
http://www.regiaosul.pt/noticia.php?refnoticia=124713

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