domingo, 4 de março de 2012

Ausência de chuva aumenta custos de produção na agricultura

Agricultores queixam-se do aumento dos custos energéticos provocados
pela necessidade de estarem a regar, numa altura em que os campos
deviam ter humidade suficiente.

Edição de 2012-03-01

A falta de chuva praticamente inviabilizou as culturas de cereais no
Ribatejo e tem obrigado a um reforço da rega nas culturas de regadio
de Outono/Inverno, com agravamento dos custos de produção, disseram
fontes de associações locais.
Mário Antunes, da Agrotejo, União Agrícola do Norte do Vale do Tejo,
disse à Lusa que a associação tem monitorizado o nível da água
subterrânea na zona do campo (onde se fazem as culturas de regadio),
que se encontra semelhante aos valores de Maio de 2011. "Isto
significa que não houve recargas", disse, sublinhando que a água dos
furos vai sendo suficiente para regar as culturas de Outono/Inverno,
com consequências essencialmente ao nível do aumento dos custos de
produção.

Na zona da charneca, registam-se quebras na produção florestal e
sobretudo nas pastagens para os animais, com um risco de incêndio
acrescido, sublinhou. Já na zona do bairro, os cereais de sequeiro
praticamente não se desenvolveram, havendo já agricultores a mobilizar
estes terrenos, preparando-os para as culturas de Primavera/Verão,
disse.
Amândio de Freitas, da Federação de Agricultores do Distrito de
Santarém (FADS), confirmou à Lusa que as culturas de cereais (trigo,
aveia, cevada), embora não sendo predominantes entre os associados da
FADS, estão dadas como perdidas, estando os agricultores "a virar" os
terrenos, preparando-os para as culturas de Primavera/Verão.
Nos hortícolas, a produção tem sido mantida graças ao reforço da rega,
com reflexo na quantidade e qualidade, mas também no aumento dos
custos de produção, frisou Amândio de Freitas.
Também os associados da Torriba, Associação de Produtores de
Hortofrutícolas, se queixam do aumento dos custos energéticos
provocados pela necessidade de estarem a regar, numa altura em que os
campos deviam ter humidade suficiente proveniente da chuva.
Gonçalo Escudeiro disse que esta ausência prolongada de chuva é
"completamente anormal", havendo grande preocupação entre os
produtores já que, além de terem de regar as culturas de inverno, têm
também de regar os terrenos para os poderem preparar para as culturas
de primavera.
Mário Antunes adiantou que não estão ainda contabilizados os efeitos
desta falta prolongada de chuva, havendo a expectativa de que possa
chover de forma a recarregar os aquíferos e permitir o desenvolvimento
das pastagens.
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=537&id=81456&idSeccao=8952&Action=noticia

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