quarta-feira, 14 de março de 2012

Copa-Cogeca alerta para o excesso de burocracia na futura PAC

12-03-2012


No âmbito do debate de alto nível sobre o futuro da política agrícola
comum realizado pelo Parlamento Europeu, o Copa-Cogeca alerta para o
excesso de burocracia existente nas propostas da Comissão Europeia
sobre a mesma, após 2013.

Segundo a organização, a actual burocracia representa um travão para a
competitividade e uma ameaça para a viabilidade económica dos
agricultores, as cooperativas e pequenas empresas.

Durante a sua intervenção em nome do Copa-Cogeca, o vice-presidente do
Copa, Lorenzo Ramos, declarou ser «fundamental acabar com a burocracia
das propostas e oferecer aos agricultores e às cooperativas mais
confiança no seu futuro a longo prazo. O sector agro-alimentar da
União Europeia (UE) proporciona emprego a cerca de 40 milhões de
pessoas. E crucial contar com uma PAC mais sólida, suportada por um
bom orçamento».

Lorenzo Ramos sublinhou ainda que é «satisfatório ver que os
pagamentos directos que os agricultores recebem da PAC se mantenham no
futuro. Contudo, a proposta da Comissão que levanta um pagamento
repartido em seis escalões, é muito mais complicada para os
agricultores e os governos, pelo que é necessário repensar na mesma».

As propostas da Comissão dirigidas a impor aos agricultores mais
requisitos meio ambientais obrigatórios, o que conduziam a que 30 por
cento dos pagamentos directos dependam do cumprimento das exigências
ambientais, debilitavam o sector, aumentavam os custos suportados
pelos agricultores e seriam uma ameaça para a segurança do
fornecimento alimentar.

Por esta razão, o Copa-Cogeca solicita que haja maior ênfase em
medidas que melhorem a rentabilidade, a competitividade e a
produtividade dos sectores agrícola e agro-alimentar da UE, também
para beneficiar o ambiente. A PAC do futuro deve centrar-se em
melhorar o rendimento económico dos agricultores e suas cooperativas e
o próprio funcionamento da cadeia alimentar, de forma a garantir uma
melhor recompensa de mercado.

O vice-presidente alertou também para o projecto de acordo de
liberalização do comércio entre a UE e Marrocos, considerando que este
terá efeitos drásticos para o sector de frutas e hortícolas europeus,
em partícula par ao tomate, contrariando ainda a Estratégia UE 2020
para o crescimento e emprego.

Em primeiro lugar, e antes de avançar com este acordo, a Comissão
devia realizar uma análise de impacto socioeconómico, tendo em conta
que o mesmo representa uma ameaça para mil postos de trabalho nas
zonas rurais comunitárias, já afectadas pela crise económica. Lorenzo
Ramos assinalou que uma sãs principais preocupações da organização é o
facto das importações procedentes de Marrocos não serem obrigadas a
respeitar as exigentes normas da produção da UE. «Incito à Comissão
Europeia, aos eurodeputados e aos ministros, que assegurem a correcta
aplicação dos controlos à importação e às salvaguardas, para evitar
sérias perturbações de mercado. A Comissão deve também avaliar o
sistema de preço de entrada e gerir os contingentes mensais de forma
adequada», concluiu o responsável.

Fonte: Copa-Cogeca

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia43569.aspx

Sem comentários:

Enviar um comentário