quinta-feira, 8 de março de 2012

ESCLARECIMENTO / COMUNICADO: ANPROBE

A Anprobe, Associação Nacional dos Produtores de Beterraba, não
concorda, mas não fica admirada com as declarações dos refinadores de
cana do açúcar, porquanto esta foi a posição que sempre assumiram.

A Anprobe afirma que a intenção dos produtores em reabilitar a cultura
não está relacionada com os preços do mercado mundial, cenário que
fomos capazes de prever e para o qual chamamos à atenção, aquando da
última reforma, mas sim em torno da expectativa de retomar a produção
após 2015 inscrita na actual OCM única:

Por se tratar de uma excelente alternativa.
Por não concordarmos que açúcar fora de quota seja reclassificado
dentro de quota à luz dos objectivos da última reforma.
Porque a flutuação de preços está igualmente presente noutras culturas.
Porque permitirá à DAI restaurar a dupla capacidade de refinar ramas e
produzir açúcar de beterraba.
Porque o projecto beterrabeiro foi pioneiro na criação de um eficaz
interprofissionalismo ao longo da fileira do açúcar.
A Anprobe lembra que o fim da cultura em Portugal veio agravar a
actual situação do País ao nível do desequilíbrio da balança
comercial, uma vez que a importação de ramas de cana do açúcar agrava
essa balança em mais de 150M€/ano, facto que pode ser substancialmente
invertido através da produção nacional, com as inerentes mais valias
não só para o sector produtivo e tecido económico conexo, repondo os
inúmeros postos de trabalho perdidos (50 directos e 1500 indirectos),
mas igualmente para a sustentabilidade das populações locais e para o
ambiente.

Os refinadores receberam elevadas ajudas à sua reestruturação razão
pela qual não compreendemos a referência às ajudas recebidas pelos
produtores. O que a produção recebeu foi o valor pela alienação de um
activo – os seus Direitos de Produção - até final de 2014.

A Anprobe realça que nos doze anos de abastecimento da fábrica com
beterraba a produtividade média nacional cresceu 8% ao ano, enquanto
no resto da Europa ia pouco além de 2%. Tal feito deve-se a um
rigoroso trabalho de experimentação levado a cabo por produtores e
industria, situação impar em toda a agricultura nacional. A Anprobe
realça, com orgulho, que na última campanha de produção os produtores
nacionais apresentaram o mais alto rendimento de açúcar por hectare de
toda a Europa.

Finalmente lamentamos que, nesta fase em que se negoceia a reforma da
OCM para um período alargado sejam utilizados argumentos puramente
comerciais no sentido de pressionar o poder político, esquecendo
propositadamente o papel importantíssimo que a cultura da beterraba
poderá voltar a ter, não só na rotação cultural dos actuais sistemas
regados nacionais, mas, especialmente, como a cultura dinamizadora da
introdução do regadio na região do Alqueva, tal como o foi
anteriormente no restante território nacional um tremendo sucesso.

A DIRECÇÂO

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/03/07g.htm

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