quinta-feira, 15 de março de 2012

Seca já destruiu 50 por cento da alimentação para o gado na região -- Cooperativa de Felgueiras

Lusa
13 Mar, 2012, 18:39
A seca já destruiu mais de 50 por cento da alimentação para o gado e
dos produtos hortícolas na região do Tâmega e Sousa, disse hoje à Lusa
Casimiro Alves, engenheiro agrícola e presidente da Cooperativa de
Felgueiras.
Segundo o técnico, mesmo que chova nos próximos dias já não será
possível recuperar as perdas.
"As pastagens para a alimentação dos animais estão comprometidas",
disse, frisando que a situação obrigará os agricultores a adquirir
rações.
Casimiro Alves disse não ser possível quantificar os prejuízos, mas
garantiu que são muito elevados.
"Nos últimos oitenta anos não há memória de uma situação destas na
região", disse à Lusa.

A Cooperativa Agrícola de Felgueiras é a maior do Tâmega e Sousa,
reunindo mais de 4.000 associados, de vários subsetores.
"Estamos muito preocupados, porque a situação afeta muita gente que
vive da terra", afirmou.
À Lusa Casimiro Alves recordou que na região há muitos agricultores
que se dedicam à produção de leite e de carne e que "são esses os mais
afetados" pelas consequências da seca, "porque falta alimento para o
gado".
Os técnicos da instituição já estão a trabalhar no levantamento da
dimensão concreta do problema, trabalho fundamental para procurar no
Governo as ajudas necessárias para a aquisição de alimentação para os
animais.
"Só a ajuda do Ministério da Agricultura pode evitar uma situação
muito complicada", insistiu, aludindo a preço cada vez mais elevado
das palhas.
Questionado sobre o impacto da seca na vinha, Casimiro Alves garantiu
que, para já, não há problema, porque é uma cultura que se encontra em
repouso.
Alertou, contudo, que a situação de seca pode afetar a vinha se se
mantiver por mais de um mês, o que também ocorrerá com a cultura de
kiwis.
O concelho de Felgueiras é o maior produtor de vinho verde do Tâmega e
Sousa e um dos maiores na cultura de kiwis.
Se a eventual chuva das próximas semanas não for suficiente para
recuperar as reservas de água no subsolo, segundo o técnico, a
situação poderá refletir-se durante o verão, quando os agricultores
precisarem de regar a vinha e os kiwis.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=535359&tm=8&layout=121&visual=49

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