quarta-feira, 14 de março de 2012

Sete companhias aéreas europeias denunciam taxa de carbono

12.03.2012
Helena Geraldes
Sete das maiores companhias aéreas europeias uniram-se para denunciar
as consequências económicas da taxa de carbono instaurada pela União
Europeia, alegando que podem estar em causa 2000 postos de trabalho.
O jornal Financial Times noticiou ontem à noite que a Airbus, British
Airways, Virgin Atlantic, Lufthansa, Air France, Air Berlin e Iberia
escreveram cartas aos líderes políticos europeus – incluindo David
Cameron, Angela Merkel, François Fillon e Mariano Rajoy – onde alertam
"para as consequências económicas" desta taxa, que constitui uma
ameaça "inadmissível" para o seu sector de actividade. As cartas
também foram assinadas pela Safran (França) e pela MTU (Alemanha),
dois fabricantes de motores para aviões.

A taxa de carbono "começou como uma discussão sobre legislação
ambiental mas está a tornar-se num conflito comercial", disse um
porta-voz da Airbus ao Financial Times. Segundo a Airbus, três
companhias aéreas estatais chinesas recusam-se a finalizar as ordens
de encomenda de 45 Airbus A330, no valor de 12 mil milhões de dólares
(cerca de 9 mil milhões de euros).
Desde 1 de Janeiro, as emissões de dióxido de carbono (CO2) de todos
os voos domésticos e internacionais com partida ou chegada a qualquer
aeroporto na União Europeia passaram a estar abrangidas pelo comércio
de emissões europeu. A taxa de carbono obriga as companhias a comprar
o equivalente a 15% das suas emissões de CO2, ou seja, 32 milhões de
toneladas, num esquema semelhante ao que já acontece para o sector
industrial.
Mas a medida já tem motivado críticas acesas no sector. A Airbus alega
que esta vai prejudicar a competitividade numa altura de crise
económica e, noticia o Financial Times, quer que a UE adie a extensão
do comércio de emissões às companhias aéreas até estar concluído um
plano global para regulamentar as emissões de CO2 do sector.
"Contestamos o carácter unilateral desta medida (taxa de carbono) e
pedimos a realização de uma discussão geral com todos os
intervenientes no seio da Organização da Aviação Civil Internacional",
explicou à AFP fonte próxima da questão.
As companhias aéreas que se recusarem a pagar a taxa poderão incorrer
numa coima de 100 euros por tonelada de CO2 (dióxido de carbono) ou,
em casos extremos, ver recusado o seu direito de aterrar nos 27 países
da UE. Mas as companhias têm ainda um prazo para o cumprimento e podem
comprar as suas licenças de emissão para 2012 até 30 de Abril de 2013.
Nenhuma outra sanção será aplicável antes dessa data.
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1537410&utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoEcosfera+%28Publico.pt+-+Ecosfera%29

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