quarta-feira, 11 de abril de 2012

Conheça as dez maiores exportadoras nacionais (Lactogal, Nestlé e Sovena)

Empresas
António de Albuquerque
10/04/12 09:30
A multinacional portuguesa Sovena lidera o 'ranking' do sector das
indústrias alimentares.
O Diário Económico foi saber quem eram as dez empresas que mais
contribuíram para o volume de exportações, registado no ano passado,
que atingiu o montante de 42,3 milhões de euros, bem como os
respectivos sectores. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a
fabricação de veículos automóveis lidera o 'ranking', com uma
facturação superior a 5,3 mil milhões de euros, seguindo-se a
fabricação de coque, produtos petrolíferos com 2,79 milhões de euros.
Dois sectores onde pontificam empresas como a alemã Volkswagem, a
Faurécia e ainda a Galp Energia. Refira-se que as vendas da Autoeuropa
cresceram 36% face a 2010, atingindo um montante de 2.246 milhões de
euros, quase metade do valor do sector. Logo a seguir está o sector
químico com a Repsol no topo, seguindo-se a Fisipe.

A multinacional portuguesa Sovena que comercializa produtos como os
óleos Fula ou os azeites Oliveira da Serra lidera o sector indústrias
alimentares com as exportações a representarem cerca de 75% da sua
produção para mais de 70 países. Neste sector, segue-se outra
multinacional, mas desta feita helvética, a Nestlé, num sector que
factura 2,59 mil milhões de euros. No quinto lugar do 'ranking' dos
sectores mais exportadores está a indústria do vestuário, liderada
pela Polopique com 99,8% da facturação destinada às exportações, sendo
Espanha o principal mercado e o grupo Inditex (detém a Zara) um dos
mais relevantes clientes.
Conheça agora os números de exportações e os países que mais compram a
estas empresas.
Repsol Polímeros exporta 85% do que produz
Sem revelar valores, António Martins Victor, chefe de relações
externas da Repsol Portuguesa, assume que a Repsol Polímeros, liderada
por José Font, registou um volume de negócios em 2011 "superior ao de
2010, sobretudo porque os preços do petróleo foram superiores e isso
tem muito impacto nesta actividade", explica. Victor adianta ainda que
"as exportações continuam a representar cerca de 85% da nossa
produção", sendo que dessas, quase metade vão para o mercado espanhol
e a outra parte para outros países. No que toca a perspectivas para
2012, António Martins Victor, admite que "a situação não se irá
alterar significativamente" e que "os preços do petróleo continuam a
ser uma incógnita".
VW Autoeuropa é o segundo maior exportador nacional
A VW Autoeuropa é a maior fábrica de automóveis do País e a segunda
maior exportadora nacional. Em 2011, a VW Autoeuropa produziu 133.100
unidades, naquele que foi considerado por António de Melo Pires,
director-geral da VW Autoeuropa, como "o melhor ano da última década".
As vendas da Autoeuropa cresceram 36% face a 2010, atingindo um
montante de 2.246 milhões de euros. Já a força de trabalho aumentou
21%, com a empresa a empregar 3.603 pessoas. Cerca de 98,9% da
produção teve como destino as exportações. Alemanha, China e Reino
Unido são os principais mercados de exportação. António de Melo Pires
admitiu, na conferência de apresentação de resultados, estar atento à
recessão económica que poderá afectar os principais mercados de
exportação da Autoeuropa em 2012.
Lactogal, um grupo com dimensão ibérica
A Lactogal, detida pela Agros, a Pro-leite e a Lacticoop, é dona de
marcas como a Mimosa ou Vigor. Segundo dados da Fenalac, estes três
accionistas recolhem 820 milhões de litros de leite em Portugal, o que
corresponde a 46% do total nacional. As vendas da empresa ascendem a
mais de 682 milhões de euros em 2010 e os últimos dados que a empresa
revelou sobre a exportação eram referentes a 2008, em que as vendas no
mercado externo, através de Espanha, representavam cerca de 14% do
total da facturação. O grupo liderado por Casimiro de Almeida definiu
como objectivo conquistar quota e dimensão ibérica no sector dos
lacticínios. A Lactogal pretende voltar a comprar a Renoldy, que
produz e comercializa leite UHT apenas com as marcas da distribuição e
que foi alienada por imposição do regulador no processo de
concentração com a Leche Celta em 2007.
Polopique exporta 99,8% dos 71,5 milhões de vendas
A Polopique está entre as três maiores exportadoras do sector têxtil
português. A empresa, especializada em vestuário em malha para
senhora, registou vendas de 71,5 milhões de euros em 2011, um
crescimento de 6% face ao ano anterior. Segundo Teresa Portilha,
directora da Polopique, 99,8% da facturação é proveniente das
exportações, sendo Espanha o principal mercado e o grupo Inditex
(detém a Zara) um dos mais relevantes clientes. A têxtil emprega 150
pessoas e é responsável de forma indirecta por mais de dois mil postos
de trabalho, dado que a produção é assegurada em regime de
subcontratação. Como frisa Teresa Portilha, a Polopique insere-se
dentro de um grupo empresarial que "actua na cadeia têxtil desde a
plantação de algodão à tinturaria e acabamento, passando pelo desenho,
fiação e tecelagem".
Nestlé Portugal exportou mais 27% em 2011
A produção das quatro fábricas que a Nestlé detém em Portugal já tem
como destino os mercados internacionais. O destaque vai para fábrica
que produz cereais em Avanca, Aveiro, em que 51% da produção é
destinada à exportação sobretudo para Espanha, França, Angola - entre
outros PALOP -, Itália, Bélgica, Roménia e Bulgária. De acordo com o
director-geral da Nestlé Portugal, António Reffóios, o grupo alimentar
exportou 80 milhões de euros em 2011, mais 27,3% face ao ano anterior.
Deste valor "80% vão para sociedades afiliadas do grupo" Nestlé,
explicou António Reffóios. Este desempenho positivo das exportações
contribuiu para o crescimento das vendas em 3,6% da Nestlé Portugal.
Sovena já se assume como uma multinacional
A Sovena exporta cerca de 75% da sua produção para mais de 70 países a
nível mundial. De acordo com o vice-presidente da Sovena, Jorge de
Melo, apesar de ser um grupo 100% português em termos de capital "é já
uma multinacional em termos de abrangência. O exterior representa,
aproximadamente, 75% da facturação". Além de Portugal, está presente
em Espanha, EUA, Marrocos, Tunísia, Angola e Brasil com fábricas e
escritórios. Jorge de Melo explicou que a expansão geográfica tem
assumido uma relevância cada vez maior para a marca Oliveira da Serra,
com a exportação a registar crescimentos acima dos 30%. No início a
marca estava mais orientada para o "mercado da saudade" e PALOP, mas
nos últimos anos tem apostado "em mercados distantes como a Rússia,
índia e China".
Galp factura 2,4 mil milhões no exterior
A petrolífera posicionou-se, em 2011, como a maior empresa
exportadora, atingindo um volume de 2,4 mil milhões de euros. Este
valor significa um crescimento de 27% face a igual período do ano
anterior. Liderada por Ferreira de Oliveira, a Galp estima aumentar as
exportações de produtos petrolíferos, na sequência dos investimentos
realizados na reconversão das suas refinarias [Sines e Matosinhos]
para níveis próximos dos quatro mil milhões de euros. A petrolífera
canaliza os seus produtos para 30 destinos diferentes, compensando
assim a quebra de consumo registada no mercado ibérico. Em Portugal,
as vendas de gasolina e gasóleo caíram, durante o último ano, 11% e 8%
respectivamente. Em Espanha a quebra do mercado foi de 4% na gasolina
e 7% no gasóleo.
Faurecia é o décimo maior exportador
A fabricante de componentes automóveis francesa entrou no 'ranking'
dos maiores exportadores portugueses no ano passado. As vendas da
unidade de Bragança, da Faurecia, atingiram os 314.667 milhões de
euros, em 2011. "Praticamente a totalidade da produção destina-se à
exportação", refere fonte oficial do grupo Faurecia. Esta fábrica
produz sistemas de escape completos e emprega 355 colaboradores. Paulo
Rebelo é, actualmente, o director-geral da fábrica. Em Portugal, o
grupo conta com sete fábricas. Em 2010, o grupo Faurecia - que tem
como principal cliente nacional a VW Autoeuropa - teve um volume de
vendas de 603 milhões de euros, em 2010. Este valor representou um
aumento de 37% face a 2009. No final de 2010, a Faurecia empregava
três mil pessoas nas fábricas de Bragança, Nelas, Palmela, São João da
Madeira (três).
Riopele garante no exterior 97% do volume de negócios
A Riopele, indústria especializada na produção de tecidos de moda, é
uma das maiores exportadoras têxteis nacionais. A empresa liderada por
José Alexandre de Oliveira foi responsável por um volume de negócios
de 56 milhões de euros no ano passado, com as exportações a valer 97%.
A Europa tem um grande peso nas vendas para o exterior, mas os tecidos
da Riopele têm também uma forte presença nos EUA e Japão e chegam a
mercados emergentes como a Rússia, China e Brasil. Com um vasto leque
de clientes internacionais, a Riopele pode orgulhar-se de vender os
seus tecidos a marcas 'premium' como a Emporio Armani, Prada ou Tara
Jarmon. A empresa de Famalicão emprega 800 pessoas.
Fisipe factura mais de 127 milhões de euros
As exportações representam mais de 96% das vendas da Fisipe, empresa
que em 2011, conseguiu "entrar em novos clientes com produtos de maior
valor acrescentado", diz Tiago Gonçalves, director comercial da
empresa. Como consequência, o volume de negócios atingido foi de 127
milhões de euros, mais cerca de 15% face a 2010. Para 2012, o
responsável diz esperar que seja "um ano semelhante a 2011 no volume
de negócios e no peso das exportações". Actualmente, a empresa exporta
para 43 países, sendo que "os principais clientes estão no continente
americano, Europa e China". Este ano, a Fisipe, liderada por João
Manuel Dotti, vai iniciar exportações para a Rússia.
Peugeot Citroën exporta 97% da produção total
A fábrica da Peugeot Citroën (PSA), situada em Mangualde, produziu, no
ano passado, 50.290 veículos dos modelos Citroën Berlingo e Peugeot
Partner. No ano passado, a PSA registou um volume de negócios de 400
milhões de euros, sendo que 94,4% da produção (47.459 veículos)
destinou-se à exportação. "O ano de 2011 foi globalmente bom em termos
de produção, emprego e facturação", refere Elísio Oliveira, director
financeiro da PSA. A fábrica terminou o ano com 1.250 colaboradores,
mas devido à quebra de encomendas dos principais destinos da produção
de Mangualde, foi obrigada a cortar o terceiro turno, ficando com 900
pessoas. Actualmente, a produção diária da PSA é de 186 veículos. Para
este ano, a fábrica liderada por João Mattosinho prevê produzir entre
40 mil e 45 mil veículos.
http://economico.sapo.pt/noticias/conheca-as-dez-maiores-exportadoras-nacionais_142207.html

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