sábado, 21 de abril de 2012

Depois dos alimentos, o Governo agora quer taxar frigoríficos

Objetivo é reduzir o consumo de energia, mas também angariar dinheiro
para investir na eficência energética e em renováveis


Frigoríficos pouco eficientes vão pagar
D.R.
21/04/2012 | 00:00 | Dinheiro Vivo
Depois do novo imposto sobre os alimentos, o Governo quer agora criar
mais uma taxa, desta vez sobre os equipamentos que consumam demasiada
energia.
Na mira estão os frigoríficos, máquinas de lavar roupa e loiça,
secadores de cabelo, vidros, caixilhos e até pneus, ou seja, todo o
tipo de equipamentos de classe energética B, C ou D e que são, por
norma, mais baratos.
Segundo apurou o Dinheiro Vivo, esta medida - que alarga a taxa já
existente para as lâmpadas menos eficientes - ainda está em estudo e
por isso não sabe de quanto poderá ser este imposto.
Contudo, tal como acontece hoje nas lâmpadas incandescentes e de
mercúrio (as menos eficientes), a taxa a cobrar será definida
consoante o valor do equipamento, ou seja, num secador de cabelo será
menos que numa máquina de lavar ou que num frigorífico.
Seja como for, estes equipamentos, que hoje são mais baratos que os de
classe A (que consomem meno energia) vão, inevitavelmente, ficar mais
caros, tal como aconteceu com as lâmpadas.
Se se tratar de uma lâmpada incandescente - as mais normais - a taxa
acresce 41 cêntimos ao preço final que é de cerca de três euros por
duas unidades. Já no caso de uma lâmpada de mercúrio, as mais comuns
em iluminação pública, a taxa é de 6,77 euros num valor final de cerca
de 200 euros.
Nova taxa apoia metas do Estado na energia
O objectivo do Governo com esta nova taxa é, tal como nas lâmpadas,
incentivar à compra de equipamentos que gastem menos, contribuindo
assim para a redução do consumo de energia prevista na política
energética do Governo divulgada esta semana.
De acordo com o documento que revê o plano para a eficiência
energética e o plano para as energias renováveis, as metas para 2020
passma por reduzir o consumo de energia em 25%, para 22,5 milhões de
toneladas equivalentes de petróleo (tep), e ainda atingir 8,7 GW de
capacidade renovável instalada.
É por isso que esta nova taxa servirá ainda, segundo apurou o Dinheiro
Vivo junto de fonte próxima do processo, "para alavancar os
investimentos" necessários para atingir estas metas e para as quais o
Estado deverá precisar de perto de 830 milhões de euros.
De acordo com o documento do Governo disponibilizado no site do
Direção Geral de Energia, o plano para as renováveis é o que
representa a maior fatia de investimento, cerca de 492 milhões de
euros. Já o plano para a eficiência energética precisará de cerca de
337 milhões.
Fora deste bolo estão os privados, que aplicarão a maior parte do
dinheiro já que o objetivo do Estado é "retirar-se gradualmente destes
investimentos". É por isso que, no novo plano para a energia, a
filosofia é apostar em medidas de baixo custo para o Estado e rever
todas que representem um pesado investimento.
É o caso do apoio de cinco mil euros ´à compra de carros elétricos ou
do lançamento de novos concursos para todos os tipos de energias
renováveis, que foram congelados até, pelo menos, 2014.

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO042630.html?page=0

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