sábado, 28 de abril de 2012

Economia verde para sair da crise

MÊS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Ambiente. Pavan Sukhdev, que defende o valor económico dos
ecossistemas e da biodiversidade, é o orador da grande conferência do
Mês da Sustentabilidade.
Virgílio Azevedo (www.expresso.pt)
8:00 Sábado, 28 de abril de 2012

Pavan Sukhdev: "Ainda temos muito que aprender sobre o valor da natureza"
Os custos sociais do business as usual, a sustentabilidade da economia
verde e a economia dos ecossistemas e da biodiversidade são três
ideias-chave da conferência que Pavan Sukhdev vai dar no Hotel Ritz,
em Lisboa, no dia 16 de maio, subordinada ao tema "Pode a empresa de
hoje criar a economia do amanhã?". Este é o principal evento da sexta
edição do Mês do Desenvolvimento Sustentável, uma iniciativa do
Expresso e do Banco Espírito Santo destinada a promover a
sustentabilidade em Portugal.


Pavan Sukhdev foi até há pouco tempo consultor especial e chefe da
Iniciativa para a Economia Verde do Programa de Ambiente das Nações
Unidas (UNEP), que demonstrou que tornar as economias mais verdes não
é uma sobrecarga para o crescimento mas antes um novo motor de
desenvolvimento, de criação de emprego e de redução da pobreza.

"A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade" (TEEB) foi um dos
estudos produzidos por este projeto da UNEP, que chamou a atenção para
os benefícios económicos globais da biodiversidade e para os custos
crescentes da sua perda e da degradação dos ecossistemas, tendo feito
um conjunto de recomendações para eliminar esses custos suportados
pelos contribuintes e pelas próprias empresas.

O TEEB avançou também na definição das bases de um modelo global de
contabilização do capital natural nas contas nacionais de cada país.
Segundo as últimas estimativas da ONU, se não forem tomadas as medidas
adequadas para travar as tendências atuais de degradação ambiental, o
custo dos danos na biodiversidade e nos ecossistemas poderá atingir
18% do PIB mundial em 2050.

A Quercus dá um exemplo que mostra bem a importância da valorização
dos serviços prestados pela natureza. Segundo a organização
ambientalista, "a polinização das culturas agrícolas por insetos na
Europa está avaliada em 22 mil milhões de euros por ano, sendo que 76%
da produção alimentar e 84% das espécies de plantas estão dependentes
da polinização por abelhas". No entanto, a UE ainda permite o uso de
inseticidas "que afetam a capacidade de polinização das abelhas".
Assim, "urge internalizar" no balanço económico global dos países e
das empresas este tipo de custos.

O Mês do Desenvolvimento Sustentável terá outras iniciativas, como a
entrega do Prémio BES Biodiversidade, a divulgação de um estudo sobre
alterações climáticas e o sector financeiro, e o lançamento de
parcerias entre o BES e a Cáritas, na área social, e a consultora ISA,
na poupança energética (ver notícias abaixo).

http://expresso.sapo.pt/economia-verde-para-sair-da-crise=f722117#ixzz1tMjdewGi

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