sábado, 28 de abril de 2012

EPAL quer preparar-se para alterações climáticas e pediu ajuda de cientistas

ONTEM às 19:090

A EPAL quer saber quais as mudanças a que terá de se adaptar,
decorrentes das alterações climáticas, com previsível diminuição da
quantidade de chuva, e pediu ajuda aos cientistas para preparar o seu
sistema de abastecimento de água.
Maria João Cruz, uma das coordenadoras do projecto AdaptaClima-EPAL,
disse hoje à agência Lusa que, para a bacia do Tejo, área de
intervenção da Empresa Portuguesa das Águas Livres, os cenários
elaborados para as possíveis situações devido à mudança do clima
apontam para reduções da precipitação entre 16% e 28% e aumento da
temperatura, tanto máxima como mínima, de dois ou três graus, até
final do século.
"O recurso hídrico será uma das áreas mais afetadas no Mediterrâneo e
no sul da Europa e, por isso, é importante [a realização de] estudos
que olhem o que pode acontecer a nível de impactos e pensem em
adaptação", explicou.
Os especialistas defendem que, além das consequências gerais das
alterações climáticas, como aumento da temperatura e redução da
precipitação, é importante que cada área, como a saúde, agricultura ou
abastecimento de água comecem a estudar os efeitos e a preparar o
futuro.

É o que está a fazer a EPAL ao questionar sobre as consequências das
alterações climáticas na sua atividade e as formas de as enfrentar de
modo a continuar a ter "um serviço de qualidade", como explicou à
agência Lusa o responsável da Direção de Gestão de Atividades.
Francisco Serranito referiu que se pretende "antecipar estratégias
para incorporar medidas de minimização das consequências" da mudança
do clima, através de uma "resposta adequada".
A investigadora do CCIAM (Climate Change Impacts, Adaptation and
Mitigation Research Group, Grupo de investigação dos impactos das
alterações climáticas, adaptação e mitigação), da Faculdade de
Ciências referiu que o projeto AdaptaClima-EPAL inclui o levantamento
das vulnerabilidades do sistema da empresa, elaboração de cenários,
avaliação de impactos e proposta de medidas de adaptação.
Um dos objetivos é definir como podem variar os aquíferos, a
quantidade e qualidade da água, tendo em conta o comportamento da
precipitação e o aumento da temperatura, apontando para o impacto para
a EPAl a médio e longo prazo.
"Tendo em conta os cenários de impactos, a atuação da EPAL e as suas
principais vulnerabilidades, [vamos] pensar como pode a empresa
adaptar-se de modo a reduzir as suas vulnerabilidades no futuro",
salientou Maria João Cruz.
A redução da precipitação na bacia do Tejo "vai acumular-se ao longo
dos anos e é possível que seja mais significativa ao fim de bastantes
anos e tenha implicações no que estará disponível para abastecimento
público", em alguns aquíferos que podem não ter água ou não ter a
qualidade suficiente, explicou Maria João Cruz.
A ideia da EPAL e deste projeto é tentar adaptar e pensar em outras
fontes de água ou outras maneiras de fazer o abastecimento, como por
exemplo, em determinadas épocas utilizar recursos hídricos
superficiais e em outras épocas os aquíferos, consoante as condições
climáticas, concluiu.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=570122

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