quarta-feira, 25 de abril de 2012

Transmontanos ofereceram resistência ao modelo de emparcelamento de terrenos agrícolas

Actualizado em ( 24-Abr-2012 )

Escrito por Informação, Sim 24-04-2012 09:26

O emparcelamento de terrenos agrícolas não avançou na região porque os
proprietários das terras não o quiseram. Esta é a convicção do
director regional de Agricultura do Norte. Manuel Cardoso sublinha que
o modelo de emparcelamento, tal como foi concebido a partir dos anos
50, não tem futuro.

"O emparcelamento tal como o conhecemos e era concebido de acordo com
o que foram as teorias formadas a partir dos anos 50, hoje em dia não
tem hipótese. O país está a viver uma conjuntura que não permite esse
tipo de emparcelamento. Houve projectos que conseguiram inclusivamente
estar financiados, tinham dinheiro à disposição para poderem concluir
a última fase e nessa fase as pessoas das respectivas aldeias não
quiseram"Contudo, o responsável acredita que o problema do
emparcelamento poderá ficar resolvido em Trás-os-Montes com a bolsa de
terras, uma lei que vai ser discutida em Assembleia da República
partir do próximo dia 3. Para Manuel Cardoso este poderá ser o "o ovo
de Colombo", ou seja, a solução que faltava, uma vez que não obriga os
agricultores a mudarem-se para um local diferente daquele onde se
situam as suas propriedades, como acontecia no modelo

tradicional."Muitas vezes havia razões sentimentais que faziam com que
as pessoas não quisessem executar o projecto porque tinham herdado
queles terrenos de familiares. Com a bolsa de terras as pessoas
continuam a ser donas dos seus terrenos todos. O que acontece é que
não podendo ou não querendo lavrá-las podem pô-las à disposição da
bolsa de terras e poderão ser utilizadas por outras pessoas. Quem
arrenda as terras pode reavê-las, assim como os seus direitos, quando
quiserem desde que seja dentro dos prazos estabelecidos pela bolsa de
terras".O representante do Ministério da Agricultura está convicto de
que esta lei poderá estar na base de uma revolução agrária."Para
muitas explorações agrícolas não é apenas o ponto-chave. Pode ser a
razão do sucesso dessas explorações agrícolas. Estou-me a lembrar
daquelas que têm pouca dimensão para o número de cabeças de gado que
queiram criar ou tenham pouca dimensão para o tipo de culturas que
queiram fazer. Penso que podemos estar diante de uma revolução
agrária, se assim lhe quisermos chamar", acrescentou.
A questão do emparcelamento agrícola foi um dos temas do debate sobre
o Interior promovido na Expo-Trás-os-Montes que decorreu no
fim-de-semana em Bragança.

Escrito por Brigantia (CIR)

http://www.brigantia.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=6940&Itemid=43

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