quinta-feira, 3 de maio de 2012

Publicidade alimentos. "Menos publicidade afeta a qualidade dos programas e as empresas de media"

Anthony Gibson, grupo Publicis, comenta os projetos de lei que visam
proibir a publicidade aos produtos alimentares dirigidos a crianças


Anthony Gibson, grupo Publicis
D.R.
02/05/2012 | 09:43 | Dinheiro Vivo
Anthony Gibson, presidente do grupo Publicis, criticas a duas
propostas de lei de alteração do Código de Publicidade sobre a
comunicação de produtos alimentares dirigidos a crianças.
O sector da comunicação tem de unir-se, argumenta. E explica a sua posição.

Fazem sentido estas duas propostas de lei?
Claro que não. Em primeiro lugar acredito na auto-regulação, em falar
com todas as partes interessadas incluindo a APAN e APAP e acordando
em medidas concretas que depois serão monitorizadas por um auditor
independente.

Sejamos claros, os anunciantes e as agências são as primeiras a querer
ajudar com este tema que temos com as crianças, e com a população em
geral, sobre a obesidade e alimentos com elevados níveis de açúcar e
gordura. Os políticos parecem pensar que atacando o marketing e a
publicidade aos produtos irá ajudar os problemas que enfrentamos que
todos enfrentamos com a obesidade e diabetes. Não é o caso. Não há
provas de que estas medidas draconianas serão eficazes.
Se toda a publicidade de todos os produtos alimentares fosse banida em
Portugal, pensam que a obesidade e a diabetes iria desaparecer ou ser
mitigada? Claro que não, mas a ONG e os representantes do governo
acham que a comunidade do marketing é uma presa fácil, e sabem que
este tipo de medidas ganham votos.
Ao acordarem em auto-regulação, em que evitamos publicidade para
crianças com idade inferior a 12 anos, é algo que já foi acordado ao
nível europeu. A World Federation of Advertisers estabeleceram a EU
Pledge onde as grandes empresas de alimentação e bebidas, que
representam 80% dos anunciantes da área de alimentação na Europa,
concordaram em não publicitar para crianças para crianças com menos de
12 anos, em todos os media incluindo TV, rádio, outdoor, media sociais
e digitais. Isto também inclui product placement. Além disso, têm uma
empresa de auditoria independente que monitoriza se as empresas estão
a cumprir com o que se comprometeram e as taxas de cumprimento são de
cerca de 100%. Mesmo o comissário para a Saúde da UE, Mr. Dali,
elogiou a WFA pela iniciativa e a Organização Mundial de Saúde viu
esta iniciativa como um passo positivo.
Este é um exemplo de auto-regulação para toda a Europa que está em
funcionamento há uma série de anos. Porque não reforçar este acordo,
aplicando-o em pleno em Portugal? Porque duplicamos as coisas com más
leis se existem outras formas de resolver o problema? Porque é que não
despendem energia em coisas que realmente façam a diferença como
campanhas públicas, campanhas de consciencialização nas escolas e
campanhas pediátricas? Isto não rende tantos votos e algumas ONG não
estão interessadas porque apenas querem é atingir a indústria, a
agricultura, os serviços e isto significa perda de postos de trabalho.

http://www.dinheirovivo.pt/Buzz/Artigo/CIECO044206.html

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