quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sector da cortiça tem contribuído para o dinamismo económico de Coruche

Produtores investem na renovação dos montados e empresas interessadas
em instalar-se no concelho



A Câmara de Coruche organiza uma feira única no mundo dedicada à
cortiça, mas não se fica pela promoção do produto e do sector. Aposta
também na valorização de um dos sectores que mais tem contribuído para
o dinamismo económico do concelho e este ano iniciam-se pela primeira
vez cursos para quem trabalha na floresta.


Edição de 2012-05-24


O sector da cortiça tem sido um dos mais importantes motores de
desenvolvimento económico do concelho de Coruche, o maior produtor
mundial. A crise económica não se tem feito sentir por terras do
Sorraia, onde os produtores estão cada vez mais a investir no montado,
com a renovação dos existentes e novas plantações, e onde há
perspectivas de instalação de novas empresas. Para este dinamismo tem
contribuído em grande parte uma feira que pelo seu modelo é única no
mundo: a FICOR - Feira Internacional da Cortiça. Uma aposta da câmara
municipal.


Para o presidente do município, Dionísio Mendes (PS), apesar de
algumas pequenas empresas de outros sectores passarem por
dificuldades, em Coruche existem três fábricas de cortiça que empregam
cerca de 500 pessoas e que não têm registado quebras de produção. E
até há boas notícias para os produtores. "Estamos à beira de uma nova
campanha e prevê-se que o preço da cortiça seja mais elevado que no
ano passado", refere o autarca, recordando que os anos de 2008 e 2009
foram de contraciclo com a cortiça desvalorizada.

Segundo Dionísio Mendes existem neste momento intenções para a
instalação de mais empresas da área no concelho. Uma delas, com sede
em Santa Maria da Feira, já comprou dois lotes na zona industrial e
pretende, para já, montar uma unidade de preparação de cortiça, mas há
a perspectiva que venha a localizar em Coruche também uma unidade de
transformação. O autarca revela ainda que existe uma outra proposta de
uma empresa da área. "Estamos a sentir que há empresas do norte do
país que querem aproximar-se do sul, das zonas de produção", salienta
o presidente da câmara. Uma situação que vai contribuir ainda mais
para o desenvolvimento económico do concelho.

A Câmara de Coruche não se tem limitado a promover este sector
estratégico e no âmbito de um protocolo com o Instituto de Emprego e
Formação Profissional e o Centro de Formação Profissional da Indústria
de Cortiça está a trabalhar na valorização dos recursos humanos. Nesse
sentido vão avançar cursos de formação para operadores corticeiros, em
Setembro, e para quem trabalha no sector florestal. "Até agora não
havia formação para quem trabalha na floresta", realça Dionísio
Mendes.

A Câmara de Coruche está envolvida no processo de candidatura do
montado de sobro a património universal da Unesco. O projecto vai ser
apresentado durante a FICOR. Dionísio Mendes destaca na feira deste
ano a aposta nas novas aplicações da cortiça em diversas áreas. Vão
ser apresentadas no certame bolas de futebol à base de cortiça e
canoas de uma empresa portuguesa que incorporam este produto.

http://semanal.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=&id=83606&idSeccao=9199&Action=noticia

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