quinta-feira, 28 de junho de 2012

APED prevê agravamento da quebra do consumo no 2.º trimestre

Lusa
26 Jun, 2012, 14:58

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) estima que
no segundo trimestre do ano a quebra do consumo em Portugal se tenha
agravado em relação aos três primeiros meses de 2012.
Em declarações aos jornalistas, a diretora-geral da APED, Ana Isabel
Trigo Morais, considerou que "o agravamento é inevitável".

Segundo o barómetro de vendas APED do primeiro trimestre, o volume de
vendas total dos segmentos alimentar e não alimentar caiu 3,7 por
cento, para 4.554 milhões de euros, face aos primeiros três meses de
2011, período anterior à aplicação das medidas de austeridade.

A área alimentar recuou de 0,2 por cento (para 2.640 milhões de euros)
e o não alimentar decresceu 8,6 por cento (1.914 milhões de euros).


"Estes dados estão além das nossas previsões (...) e são muito
preocupantes", sublinhou a diretora-geral.

Ana Isabel Trigo Morais antevê um "agravamento deste retrato", que
considerou "inevitável".

Isto porque Portugal tem "uma altíssima taxa de desemprego",
acompanhada de "uma quebra de rendimento das famílias", nomeadamente
com a retirada dos subsídios aos funcionários do Estado, e com uma
carga fiscal "muito pesada", o que "inevitavelmente vai ter impacto no
consumo".

Para a diretora-geral, os dados do primeiro trimestre "já refletem as
medidas de austeridade, que chegaram em força às famílias
portuguesas".

Segundo a responsável, "a cadeia toda [do setor] está debaixo de
pressão" e acomodar os preços tem um limite para a distribuição, razão
pela qual há preços que têm vindo a aumentar.

"A margem para acomodar esta pressão está a chegar ao seu limite",
disse, admitindo que esse impacto irá também refletir-se nas empresas
do setor.

Este sempre foi um "setor dinâmico, com forte criação de emprego, mas
estamos a chegar a um ponto em que os operadores económicos têm de
tomar outras medidas", o que vai ter "necessárias consequências sobre
o número de lojas a operar e empregos".

Por isso, "é importante que o Governo olhe para o que está a acontecer
a este setor", alertou, acrescentando que a APED está disponível para
o diálogo.

Esta situação "preocupa-nos muito", disse.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=565529&tm=6&layout=121&visual=49

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