quarta-feira, 6 de junho de 2012

Idade legal para cerveja e vinho deve ser diferente da das bebidas brancas

06.06.2012 - 18:28 Por Lusa
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O presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Cervejas
(APCV) defendeu hoje que a idade legal para o consumo de vinho e
cerveja deve ser diferente da das bebidas espirituosas e manter-se nos
16 anos.

António Pires de Lima mostrou-se preocupado com as medidas
"proibicionistas" que o Governo quer adoptar, sublinhando que "não se
deve misturar a cerveja e o vinho" na legislação que se pretende
aplicar às bebidas de álcool destilado, e defendeu a manutenção da
actual idade legal para os primeiros dois casos, até porque essa é uma
prática que já existe.


"Os jovens também se educam aprendendo a beber em casa. A partir dos
16, 17, 18 anos foi seguramente a idade em que nós próprios e, se
calhar, os próprios ministros se iniciaram no consumo de cerveja ou de
vinho", exemplificou.

"Se não o fizeram antes dos 18 anos, serão seguramente casos
estranhos. Preocupa-me termos ministros que não experimentaram o que é
beber uma cerveja antes dos 18 anos", acrescentou.

O Governo está a analisar medidas para diminuir o consumo de álcool
que incluem o aumento da idade legal de 16 para 18 anos, a proibição
de venda de bebidas em gasolineiras entre as 00h e as 7h e a
diminuição da taxa de alcoolemia máxima de 0,5 para 0,2 gramas por
litro para os condutores encartados há menos de dois anos.

Mas, no entender de Pires de Lima, estas iniciativas passam ao lado do
problema do abuso de álcool: "Com excepção desta última medida, o
Governo arrisca-se a passar ao lado do essencial neste tema do abuso
de álcool porque todas as experiências semelhantes que têm existido no
Norte da Europa não têm tido qualquer tipo de resultados".

O presidente da APCV considera que o Governo "deve olhar para a
tipologia de consumo de álcool" entre os jovens portugueses e fazer a
distinção, a nível de idade legal, entre o consumo de bebidas
alcoólicas fermentadas, como a cerveja e o vinho, "que têm um baixo
conteúdo alcoólico e fazem parte, se bebidas moderadamente, da dieta
mediterrânica saudável", das bebidas espirituosas cujo conteúdo
alcoólico é 4 a 10 vezes superior à cerveja.

Pires de Lima frisou que esta distinção tem sido adoptada noutros
países europeus "que toleram o consumo da cerveja e do vinho a partir
dos 16 anos" e salientou que o que falha é sobretudo a aplicação da
lei.

"Não se deve pôr o foco no que é secundário quando o que falha é a
aplicação da lei. Devia-se apostar muito mais na educação dos jovens
em casa e através de meios públicos, porque é isso que permite
modificar comportamentos", declarou à Lusa.


http://www.publico.pt/Sociedade/idade-legal-para-cerveja-e-vinho-deve-ser-diferente-da-das-bebidas-brancas-1549245

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