sexta-feira, 1 de junho de 2012

Quando a tecnologia se alia à agricultura isso é bom para a produção

Agricultura

31.05.2012 - 11:24 Por Lusa
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O sistema permite ver online o nível de humidade do solo a várias
profundidades (Enric Vives-Rubio/arquivo)
Cerca de 3000 hectares dos vales do Tejo e do Sorraia serão
"semeados" com sondas que permitem aos produtores saberem exactamente
quando regar as plantações e que quantidade de água usar, uma
tecnologia que tem o objectivo de optimizar os recursos hídricos e
melhorar a produção.


As sondas estão a começar a ser instaladas nos campos dos cerca de 60
produtores associados da Torriba - Organização de Produtores
Hortofrutícolas que se candidatou a fundos comunitários para colocar
no terreno uma tecnologia que acredita que vai tornar ainda mais
eficiente aquela que é já uma das regiões mais produtivas do país.

"Temos cerca de 60 produtores a produzir num sistema de rega
gota-a-gota, que já faz uma gestão eficiente da água, mas quisemos ir
um bocadinho mais além e ter conhecimento de qual a quantidade de água
necessária a cada planta", disse à Lusa Gonçalo Escudeiro, dirigente
da Torriba.

Nos campos de tomate, que predominam, mas também nos de pimento, melão
ou amendoim desta vasta área, a empresa portuguesa Hidrosoph está a
instalar as sondas que irão "ler" os níveis de humidade no solo e que
- com a informação proveniente de estações meteorológicas - permitirão
elaborar os gráficos que ditarão os planos de rega adequados a cada
solo e a cada cultura.

O sistema permite ao agricultor "ver permanentemente online o nível de
humidade do solo a várias profundidades", informação que se junta aos
dados sobre a temperatura, a precipitação, o vento, a radiação, o tipo
de solo, o tipo de cultura e o sistema de rega instalado, explicou à
Lusa José Almeida, da Hidrosoph.

"A aplicação gera gráficos, que são uma ferramenta muito útil para
podermos dar um plano de rega mais consciente", adiantou Carlos
Pegado, um dos técnicos da empresa que acompanha a implantação do
projecto no terreno.

Além de uma gestão "mais correcta" da água, da poupança de energia e
do uso racional dos fertilizantes, o sistema permite um aumento da
produção e a melhoria da qualidade "de forma consistente ao longo dos
anos", frisou José Almeida.

"Com este projecto temos um objectivo muito claro, que é trazer
conhecimento ao produtor, para validar aquilo que ele naturalmente
fazia mas sem saber como se comportava a água dentro do seu campo",
afirmou Gonçalo Escudeiro.

Nos vales do Tejo e do Sorraia situam-se algumas das produções mais
importantes de tomate para a indústria, um sector que o responsável da
Torriba garante ser "um motor" da economia nacional.

"Portugal é o quinto produtor mundial" de tomate para a indústria, com
95 a 96% da produção nacional a ir, já transformada, para exportação.

Segundo disse Gonçalo Escudeiro, Portugal produz cerca de 1,4 milhões
de toneladas de tomate para a indústria, sendo o volume de exportação
da ordem dos 250 milhões de euros.

"Tendo em conta que é uma cultura que está a competir com realidades
como a americana, a chinesa, a espanhola, a italiana, todos se
preocupam em levar uma maior eficiência aos seus campos com redução de
custos. Este projecto assenta precisamente aí, na sustentabilidade, na
poupança de água, na protecção do ambiente, na melhoria da produção",
afirmou.

http://www.publico.pt/Tecnologia/quando-a-tecnologia-se-alia-a-agricultura-isso-e-bom-para-a-producao-1548338

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