sexta-feira, 13 de julho de 2012

O vinho brasileiro é bom?

Leandro Ebert

Nas últimas duas décadas, o Brasil deu um salto em produção
vitivinícola. Na Serra gaúcha, a conversão dos vinhedos de latada para
espaldeira, de cultivares americanas para europeias, de tanques de
madeira para inox, o uso do Thermal Pest Control, o desenvolvimento do
enoturismo, as indicações geográficas... Enfim, uma série de fatores
decorrentes desse crescimento sustentou e potencializou o crescimento
da indústria vitícola, contando ainda a "descoberta" de novas regiões
no País com potencial para produção de excelentes vinhos. As vinícolas
alcançaram grandes produtividades em safras em que o clima ajudou,
ainda com novas áreas, somando recordes de produtividade. Porém, o
consumo no País pouco aumenta, e a participação dos nacionais nesse
mercado deixa a desejar. Sendo assim, as vinícolas passaram a acumular
estoques devido à baixa quantidade demandada. Apesar de todos esses
esforços, das campanhas, dos investimentos e do desenvolvimento da
vitivinicultura brasileira, o vinho brasileiro não caiu no gosto do
consumidor. Há pouco acesso a vinhos brasileiros de qualidade a preço
acessível e, por isso, muitos ainda preferem um importado barato e sem
defeitos a um brasileiro caro e com riscos.


O preconceito quanto à qualidade de nossos vinhos existe e é uma
barreira a ser vencida, mas não basta marketing e publicidade para
convencer os consumidores a provar o produto nacional. Temos que fazer
jus a esse crescimento oferecendo vinhos de excelente padrão. O vinho
tranquilo brasileiro ainda não provou sua qualidade ao consumidor,
que, após provar e se desgostar da relação custo X benefício
verde-amarela, volta a consumir importados. Há vinhos brasileiros
excelentes e de qualidade inquestionável. É fato que existem vinhos
brasileiros ruins, mas o desconhecimento dos nacionais de qualidade e
o preconceito existem por causa destes. É necessário produzir e
disponibilizar vinhos realmente bons e não apenas "famosos" ao
consumidor, tornando isso algo corriqueiro. Se buscarmos e alcançarmos
esse ideal, esse objetivo será muito mais fácil do que agora vencer o
preconceito e responder ao consumidor sem medo, comprovando na taça: o
vinho brasileiro é bom!

Acadêmico de agronomia/Ufsm

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=98277

3 comentários:

Leandro Ebert disse...

Olá,
fico feliz pela postagem do texto,

mais artigos de minha autoria podem ser encontrados em leandroebert.blospot.com.br - Brindes de Cultura

att,
Leandro Ebert

Leandro Ebert disse...

o endereço correto é leandroebert.blogspot.com
abraços

Leandro Ebert disse...

blogspot*

Enviar um comentário