domingo, 8 de julho de 2012

Partidos criticam “censura cultural” de iniciativas que limitam exibição de touradas

04.07.2012 - 19:50 Por Lusa
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Os partidos com assento parlamentar criticaram hoje as iniciativas
legislativas do Bloco de Esquerda e de Os Verdes para limitar a
exibição de touradas na televisão, apontando a "censura cultural" das
medidas e recordando a tradição associada aos espectáculos.

Os projectos de lei defendem o fim dos apoios públicos aos
espectáculos que inflijam sofrimento físico ou psíquico ou provoquem a
morte de animais envolvidos em touradas, a alteração à lei da
televisão para impedir a transmissão destes eventos nos canais do
serviço público (iniciativas do BE) e que as touradas sejam assumidas
como espectáculo ilícito (PEV).

As propostas motivaram as críticas de todos os partidos com assento
parlamentar -- à excepção dos que apresentaram as propostas e de
deputados socialistas como Pedro Delgado Alves ou Isabel Moreira.


Depois de classificar a tauromaquia como "parte integrante do
património cultural português" e enumerar as ligações "às economias
locais", a deputada do PSD, Ivete Silva, afirmou: "A nossa liberdade
termina quando começa a dos outros".

Já a deputada do CDS-PP Margarida Neto foi mais longe, acusando BE e
PEV de "não respeitarem a criação cultural e promoção" nacionais --
considerando, novamente, que a tauromaquia é uma tradição portuguesa.

"É uma tentativa gratuita e grotesca de educação do gosto e censura
cultural", afirmou, sendo aplaudida pelos deputados centristas e
sociais-democratas.

"São [os deputados que subscreveram a iniciativa] desconhecedores da
liberdade do comando, do zapping e de educar", acrescentou Margarida
Neto.

Por sua vez, o socialista Sérgio Sousa Pinto afirmou que o ponto de
vista apresentado pelo BE e PEV deve "coexistir com os restantes" e
que os deputados "não devem tentar capturar a lei para o seu lado",
uma vez que a sua posição "não goza de vantagem moral" perante outros
pontos de vista.

No entanto, a matéria não é consensual dentro do PS. O deputado Pedro
Delgado Alves admitiu "não partilhar em nada" do que foi afirmado pelo
colega de bancada e defendeu as iniciativas legislativas em debate
esta tarde.

"Não está em causa a liberdade de ninguém. O que está em causa é a
atribuição de fundos públicos, provenientes dos impostos de todos os
portugueses -- os que defendem ou não as touradas", afirmou.

O deputado comunista Paulo Sá resumiu ainda a posição do PCP:
"Entendemos não ser acertado limitar ou proibir por via legal as
touradas no nosso país", disse, defendendo, no entanto, a
"responsabilização do Estado" na protecção dos animais.

Em resposta às críticas dos partidos da direita, Catarina Martins, do
BE, reafirmou que estes projectos de lei "não proíbem a tourada, nem
os espectáculos", mas defende que "meios públicos não devem ser usados
em espectáculos que infligem sofrimentos aos animais".

A deputada acabou por ser aplaudida pelos deputados socialistas Pedro
Delgado Alves e Isabel Moreira.

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