sábado, 21 de julho de 2012

Portugal luta contra as chamas, Algarve com a situação mais grave

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20 de Julho, 2012

A Região Autónoma da Madeira e os concelhos vizinhos de Tavira e São Brás de Alportel continuam hoje à tarde a ser os locais mais afectados pelos incêndios, enquanto em Belmonte um fogo urbano matou hoje três pessoas.
A GNR registou a morte de um adulto, um adolescente e uma criança em Maçainhas, no concelho de Belmonte, vítimas de um incêndio seguido de explosão numa vivenda unifamiliar, onde estariam a passar férias.

O alerta chegou ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco às 10:31 e no local, para combater as chamas, estiveram 44 bombeiros, de Belmonte, Covilhã e Fundão, apoiados por 16 viaturas.


Na serra algarvia de Tavira, pelos 13:30, estavam 633 operacionais, 172 veículos e nove meios aéreos.

O fogo que lavra há mais de 40 horas está a desesperar o presidente da junta de freguesia de Cachopo.

«Ardeu a freguesia de uma ponta à outra», disse Sidónio Brazão, acrescentando que «60% da freguesia, se não for mais, já desapareceu».

Pelo menos cinco mil hectares de terreno terão ficado queimados no concelho de Tavira e uma «boa parte» corresponderá àquela que será uma das melhores zonas de sobreiros do país, segundo informações da Associação Al-Portel.

O incêndio no Algarve deflagrou cerca das 14:00 de quarta-feira em Catraia, na freguesia serrana de Cachopo, mantendo-se ativo e em evolução em direção à cidade de Tavira.

Durante a noite, o fogo rondou a aldeia de Cachopo e esteve perto de atingir a cidade de Tavira, preocupação que se mantinha durante a manhã, com uma das frentes do incêndio, virada para a A22 (auto-estrada), a lavrar a cerca de uma dezena de quilómetros daquela via.

Na Madeira, o foco de incêndio que surgiu hoje na zona da Fonte do Bispo, no concelho da Calheta, "agravou-se ligeiramente" e os bombeiros já pediram reforços, mas sem colocar em perigo casas.

O diretor do Serviço de Urgência do Hospital do Funchal Dr. Nélio Mendonça, Pedro Ramos, revelou que desde quarta-feira foram assistidas 94 pessoas devido aos incêndios, entre as quais 14 bombeiros e cinco crianças.

Na sequência do grande incêndio ocorrido na zona do Palheiro Ferreiro, na cidade do Funchal, foi ativado às 22:00 de quarta-feira o 'Nível 1 de Catástrofe' no Hospital do Funchal Dr. Nélio Mendonça.

Ainda assim, ao início da tarde de hoje a Proteção Civil disse que a situação melhorou e «não tem comparação» com o que aconteceu nos dias anteriores, existindo dois pontos mais críticos: Achadas da Cruz (Porto Moniz) e Fonte do Bispo (Calheta).

O combate aos fogos no interior da ilha tem bloqueado estradas utilizadas por muitos turistas que têm apontado a falta de meios aéreos, como dois casais, um suíço e um espanhol.

«Onde estão os meios aéreos? Não vemos helicóptero nem aviões. Se Portugal está em crise, peçam ajuda à União Europeia para salvar este património que é da humanidade e não só da Madeira», disse à Lusa Soraya Oliva.

Já em Ponte de Sor, a Polícia Judiciária está a investigar as causas dos incêndios, hoje em fase de rescaldo, que já destruíram cerca de mil hectares, sobretudo de montado, segundo fontes da GNR e do município.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=54852

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