sexta-feira, 24 de agosto de 2012

APED diz que taxas aplicadas nas transacções “são muito elevadas”

Cartões de multibanco

21.08.2012 - 12:54 Por Lusa, PÚBLICO
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A medida entra em vigor a 1 de Setembro
(Foto: Shamila Mussa)
A directora-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição
(APED), Ana Trigo Morais, considera que as taxas cobradas nas
transacções com cartões de multibanco aos retalhistas em Portugal "são
muito elevadas".

"Entendemos que Portugal é um mercado que tem pouca concorrência e
cobra taxas muito elevadas aos comerciantes", afirmou, reagindo à
notícia de que o Pingo Doce vai deixar de aceitar pagamentos com
cartões de multibanco e de crédito em compras com valor inferior a 20
euros.

Como o PÚBLICO noticia hoje, o grupo Jerónimo Martins, que detém a
insígnia Pingo Doce, espera uma poupança anual superior a cinco
milhões de euros com esta medida.

Questionada pela Lusa sobre a medida do Pingo Doce, que entra em vigor
a 1 de Setembro, Ana Trigo Morais disse que não é política da APED
comentar as decisões dos seus associados, já que são um acto de
gestão. Mas lembra que, nos últimos anos, a APED tem contestado os
valores das taxas, tendo inclusivamente apresentado uma queixa em 2003
à Autoridade da Concorrência (AdC) por considerar a existência de
distorção normal do funcionamento dos mercados, já que não há
concorrência, e de "haver razão para se pagar taxas tão elevadas".

No entanto, a AdC considerou que a APED não tinha razão. No final de
2011, a APED avançou com uma queixa semelhante no Tribunal do Comércio
de Lisboa, que ainda está a decorrer.

Nas operações de crédito, segundo dados da APED, "o pagamento é duas
vezes superior à média europeia", enquanto nas operações a débito o
valor a pagar pelos retalhistas "é quase três vezes superior". A
associação defende, por isso, "a baixa da taxa de serviço aos
comerciantes, sublinhando que, "nos últimos quatro anos, os associados
da APED pagaram 318 milhões de euros" em taxas de custo de pagamento.
"Daqui se vê a dimensão e preponderância", comentou ainda a
directora-geral da APED.

Além de ter das taxas mais elevadas da Europa, segundo Ana Trigo
Morais, as empresas portuguesas estão a ter um cuidado especial em
relação às suas linhas de custo. "Com a grave crise de consumo, é
natural que as empresas tomem decisões de gestão".

A APED, que disse já ter tido várias reuniões com a Unicre, entidade
responsável pela gestão e emissão de cartões de pagamento, reconhece
que "tem havido alguns ajustamentos em baixa, mas são insuficientes".

http://economia.publico.pt/Noticia/aped-diz-que-valor-das-taxas-aplicadas-nas-transaccoes-sao-muito-elevadas--1559856

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