sábado, 11 de agosto de 2012

Itália: Garrafas de vinho com Hitler no rótulo ofendem clientes

09-08-2012 às 16:180

Garrafas de vinho italiano com a imagem de Adolf Hitler no rótulo
foram consideradas «ofensivas», após reclamações de turistas
norte-americanos na cidade de Garda.
O advogado Michael Hirsch, natural de Filadélfia (EUA), apresentou uma
queixa junto do Media locais depois de encontrar à venda num
supermercado perto do seu hotel garrafas de vinho com o antigo ditador
alemão no rótulo.
No mesmo local, Hirsch também encontrou vinho com o Papa João Paulo II
no rótulo.
«É muito chocante e desconcertante para nós», considerou o advogado em
declarações na quarta-feira ao jornal Daily Telegraph.
«Vemos isto como neo-nazismo. Faz-nos pensar sobre aquilo com que os
locais simpatizam», acrescentou.
Note-se que numa das marcas de vinho, Hitler aparece com a mão direita
levantada, ao estilo da saudação nazi. Outra garrafa diz «Mein Kampf»
(«A Minha Luta», livro que Hitler escreveu); e noutra ainda lê-se «Ein
volk, ein Reich, ein Fuhrer» («Um povo, um império, um Fuhrer»),
explicou Michael Hirsch.
Os procuradores locais abriram uma investigação sobre a venda destas garrafas.
«Asseguro aos nossos amigos norte-americanos de visita ao nosso país
que a nossa Constituição e a nossa cultura rejeitam o racismo, o
anti-semitismo e o fascismo nazi», sublinhou o ministro da Integração
italiano, Andrea Riccardi.
«Isto ofende a memória de milhões de pessoas e arrisca-se a
comprometer a imagem de Itália no estrangeiro», afirmou Riccardi.
O advogado e a sua esposa, Cindy, estavam de férias por Itália e
chegaram a Garda na segunda-feira.
Hirsch conta que notou as garrafas quando foi fazer compras ao
supermercado, tendo apresentado queixa junto do vendedor.
«Isso é só História, como Mussolini, como Che Guevara», terá
respondido o lojista. «Pousei a garrafa no balcão e fui-me embora»,
explica o advogado.
O que o dono do supermercado não sabia é que a mulher do homem, Cindy,
nasceu na ex-Checoslováquia e o seu pai é um sobrevivente de
Auschwitz. A tia de Cindy, bem como os seus avós e outros familiares,
morreram no Holocausto.
«Eu fiquei chocada», disse a senhora Hirsch. «Não é apenas uma afronta
para os judeus (…). É uma afronta a toda a Humanidade».
O procurador Mario Giulio Schinaia afirmou à agência noticiosa ANSA
que já estão a decorrer investigações.
«O único crime que pode ser atribuído a isto é o de fazer apologia do
fascismo», disse Schinaia. «Neste ponto, era conveniente inventar o
crime de estupidez humana», considerou.
Recorde-se que a Itália passou a considerar a apologia do fascismo
como um crime em 1952.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=586747

Sem comentários:

Enviar um comentário