sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Prejuízo de milhões no vale da Vilariça

Publicado em 2012-08-22
GLÓRIA LOPES


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A situação é dramática e os prejuízos são de milhões de euros na
produção na fruta, hortícolas e azeitona no Vale da Vilariça. Cerca de
200 agricultores são obrigados a deixar de regar dentro de dois ou
três dias centenas de hectares nos concelhos de Alfândega da Fé e Vila
Flor, área servida pelo sub-bloco da Barragem da Burga, incluído no
sistema de regadio do Vale da Vilariça.


A Burga deverá entrar em rutura muito em breve. A alternativa é não
regar. "Não há água", sublinha José Almendra, presidente da Associação
de Agricultores. A que resta chega para duas regas. É grande a dor dos
agricultores que olham para o vale e se deparam com campos revestidos
de nectarinas e pêssegos que tombaram das árvores devido à seca.
Manuel Afonso, agricultor de Santa Comba, tem os cálculos feitos. "A
azeitona de ripa, destinada a conserva, está toda perdida." E pelo
menos 50% da produção para azeite está irremediavelmente arruinada.

A albufeira da Burga tem capacidade para um milhão e oitocentos mil
metros cúbicos. Está na quota mínima. "Retirar mais água põe em causa
a continuidade da barragem", alerta Fernando Brás, presidente da
Associação de Regantes. O racionamento foi a solução encontrada há
semanas para minimizar o problema. Instalou-se uma válvula de
seccionamento em parte do regadio e reduziu-se a rega para duas vezes
semanais. Um alívio momentâneo que acabou por ceder face às elevadas
temperaturas do microclima local e à falta de chuva. "A água já não
tem pressão, traz resíduos. A filtragem não é bem feita e entope o
sistema de rega", diz Manuel Afonso.

Em 2010 foi aprovado pelo PRODER um projeto para a construção de um
dique na Burga por dois milhões com uma comparticipação de 25% do
Estado (500 mil euros) que não avançou. "Os prejuízos da seca serão
bem maiores do que essa verba", refere Fernando Brás.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2730099

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