segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Relatório sobre fogo do Algarve sem conclusões

11.08.2012 - 11:54 Por Mariana Oliveira
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O incêndio na serra do Caldeirão consumiu cerca de 24 mil hectares
(Francisco Leong/AFP)
A Protecção Civil não faz qualquer avaliação da forma como foi
combatido um dos maiores fogos de que há memória no país.
Com vídeo

O relatório sobre o incêndio que devastou durante quatro dias a serra
do Caldeirão, no Algarve, no final de Julho, não apresenta conclusões,
nem uma avaliação crítica da forma como o fogo foi combatido. O
documento foi entregue em mão ontem pelo presidente da Autoridade
Nacional de Protecção Civil (ANPC), o general Arnaldo Cruz, ao
ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que tinha pedido até
ontem um relatório pormenorizado sobre o incêndio. O seu conteúdo só
deve ser conhecido para a semana.

"Não faz sentido haver conclusões, nem uma avaliação crítica. Não nos
vamos auto-avaliar", adiantou uma fonte da ANPC. A ideia era repetida
por outro responsável da autoridade. O relatório, que foi elaborado
por dois adjuntos do Comando Nacional de Operações de Socorro, é uma
descrição factual do que ocorreu entre 18 e 21 de Julho. São relatados
de forma sequencial os meios materiais e humanos activados e
justificadas as opções operacionais tomadas. No documento estão
vertidas informações recolhidas junto de dezenas de pessoas, entre
comandantes de bombeiros, pilotos dos meios aéreos, responsáveis do
Grupo de Protecção e Socorro da GNR e de outras forças que estiveram
no terreno.

"O ministro vai ler o relatório provavelmente durante o fim-de-semana
e antes de segunda-feira não se pronunciará sobre ele", assegura a
assessora de imprensa do ministério, Carla Aguiar. Miguel Macedo
comprometeu-se a enviar o documento para a Assembleia da República
quando esteve a ser ouvido na comissão parlamentar de Agricultura e
Mar na sequência de um requerimento apresentado pelo PCP. O ministro
disse então que o relatório tinha de "servir para tirar conclusões
para o futuro e anotar as imperfeições, a começar por aqueles que têm
a responsabilidade técnica". Contudo, não deve ser feita qualquer
alteração na estrutura operacional da ANPC antes do fim do período
mais crítico dos fogos, que termina a 30 de Setembro.

O incêndio do Algarve está entre os maiores fogos florestais de sempre
em Portugal, estimando a Autoridade Florestal Nacional que terá
consumido uma área aproximada de 24 mil hectares, cerca de 21.562 dos
quais em espaços florestais.

http://www.publico.pt/Sociedade/relatorio-sobre-fogo-do-algarve-sem-conclusoes-1558661

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