quinta-feira, 6 de setembro de 2012

António Borges defende redução dos custos de produção

AGRICULTURA

por Lusa, texto publicado por Sofia FonsecaOntem

O economista António Borges apontou hoje as formas de tornar a
agricultura portuguesa mais competitiva e mais orientada para os
mercados internacionais.
António Borges participou hoje, na qualidade de professor convidado da
Universidade Católica e de agricultor, numa mesa redonda sobre "o que
tem a agricultura para dar aos portugueses", organizada pela
Associação Nacional de Produtores de Milho (Anpromis) no âmbito da
Agroglobal, Feira do Milho e das Grandes Culturas, que decorre até
quinta-feira em Valada, no concelho do Cartaxo.
Para António Borges, a política seguida em Portugal nos últimos anos
"fez muito mal à competitividade portuguesa em todos os setores
expostos à concorrência estrangeira, de que a agricultura é um exemplo
absolutamente evidente".
Por outro lado, apontou "uma certa dificuldade" dos agricultores
portugueses em se organizarem e trabalharem em conjunto, sobretudo na
área da comercialização.
"Sabemos produzir, temos competências técnicas e capacidade de
produção, mas não sabemos vender", disse, apontando o vinho e o azeite
como exemplos demonstrativos da dificuldade de criar marca e de criar
valor.
"Julgo que isto vem do tempo do Dr. Salazar, em que os agricultores se
limitavam a produzir e o Estado tinha os monopólios que lhes garantiam
a comercialização", disse, defendendo que os produtores nacionais têm
que "ultrapassar essa fase" e habituarem-se a vender o que produzem.
Além desta organização dos agricultores, que lhes daria dimensão e
capacidade negocial, António Borges defendeu uma atuação do Governo,
em várias áreas (desde a concorrência à intervenção nos preços por
exemplo da energia, entre outros) cuja atuação tem, no seu entender,
gerado um impacto negativo na competitividade das empresas.
"Era bom que houvesse, em todas essas frentes, uma preocupação em
tornar as nossas empresas mais competitivas, incluindo na
agricultura", afirmou.
O debate contou ainda com as participações do professor do Instituto
Superior de Economia e Gestão João Ferreira do Amaral, da ministra da
Agricultura, Assunção Cristas, e do presidente da Anpromis, Luis
Vasconcellos e Souza,tendo sido moderado pela jornalista Raquel
Abecassis.
A Agroglobal decorre num terreno de 200 hectares junto ao rio Tejo,
propriedade do Instituto Nacional de Investigação Agrária e
Veterinária (INIAV), no qual foram instalados extensos campos de
cultura, zonas de demonstração de máquinas agrícolas e de exposição de
empresas e instituições ligadas a toda a fileira.
A feira, que vai na sua terceira edição, é organizada pelas empresas
Valinveste, Investimentos e Gestão Agrícola, e Agroterra, pelo INIAV e
pela Câmara Municipal do Cartaxo.

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2753795&page=-1

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