sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Crescimento demográfico aumenta preço dos bens alimentares

17-09-2012




O investimento em matérias-primas agrícolas é um tema estrutural para
os investidores. O racional é que o crescimento demográfico irá fazer
subir o preços dos bens alimentares, através de uma dinâmica de oferta
e procura, com esta última a crescer mais rapidamente que a capacidade
de produzir alimentos.

De facto, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO), a população mundial deverá subir dos actuais seis
mil milhões para nove mil milhões em 2050.

Além disso, outros factores relevantes parecem apontar para que, no
longo prazo, os preços das matérias-primas agrícolas estejam mais
elevados. De facto, as alterações demografias acarretam outras
mudanças a nível mundial, nomeadamente ao nível do urbanismo, que
reduz as áreas agrícolas, e ao nível de necessidades energéticas, o
que pode levar ao aumento dos biocombustíveis que utilizam produtos
agrícolas para outros fins para além da alimentação, provocando ainda
maior aumento da procura.

Por fim, existem também alterações socioeconómicas, como nas economias
emergentes, que estão a proporcionar mudanças nos hábitos alimentares
destes consumidores, com uma procura no consumo de carne.

Na China, por exemplo, o consumo de carne mais que duplicou desde os
anos 80, são necessárias 24 calorias de cereais para produzir uma
única caloria sob a forma de carne de vaca, de acordo com a Quercus.
Assim, os preços das matérias-primas, embora com oscilações
significativas, registam na última década apreciações que superam de
forma significativa os ganhos dos mercados accionistas desenvolvidos e
de alguns emergentes.

O milho, por exemplo, aprecia 170 e o trigo 100 por cento desde o
início de 2002, enquanto o S&P500 o índice accionista da referência
para os mercados accionistas norte-americanos, ganha apenas 5,6 pontos
percentuais, performances medidas em Euros.

No mesmo intervalo temporal, o Eurostoxx50, índice accionista para a
Zona Euro, deprecia quatro por cento e o mercado accionista chinês,
uma economia com elevado crescimento económico nestes anos, 40 por
cento.


No curto prazo, os preços destes produtos, contudo, são sensíveis a
outras dinâmicas, que parecem conferir um risco elevado a este
investimento. As questões climáticas, que influenciam o rendimento das
colheitas em diversos locais do globo, são um factor determinante para
o preço das matérias-primas.

Recentemente, a maior seca das últimas seis décadas nos Estados Unidos
da América (EUA) comprometeu as colheitas e levou os preços do milho e
do trigo a subirem cerca de 40 pontos desde Junho.

O investimento nesta temática, além disso, não se circunda apenas ao
investimento directo em matérias-primas agrícolas. Também é possível
beneficiar da mesma através do investimento em empresas envolvidas no
negócio agrícola, como produtoras de alimentos, de maquinaria,
fertilizantes, conservantes ou transportadoras.

Com efeito, as estimativas apontam para lucros recorde para os
agricultores norte-americanos, seja via o efeito de subida dos preços,
seja via seguros de protecção face a destruição de colheitas. No Banco
Best existem instrumentos, disponíveis aos investidores, que permitem
investir nesta matérias, seja directamente nas matérias-primas ou nas
empresas do sector agrícola.

Fonte: Jornal de Negócios

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia44675.aspx

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