sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Crise está a obrigar as empresas a apostar no meio ambiente

Mercado

António de Albuquerque
19/09/12 00:05

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O projecto Bebida Solidária, desenvolvido pela SIC Esperança em
parceria com a água Vitalis, atribuiu 500 bolsas escolares a crianças
carenciadas.

O Diário Económico dedica a sua edição de hoje ao desenvolvimento
sustentável das empresas e à promoção da economia verde.

A crise que se abateu na Europa e em Portugal está a levar as grandes
empresas a reforçarem as suas estratégias de desenvolvimento
sustentável. Um movimento que já se estende ao universo das PME,
muitas vezes, sem as próprias darem conta que estão a implementar
estratégias sustentáveis.

Hoje a palavra de ordem é reduzir custos para não perder
competitividade, seja no mercado nacional seja nos mercados externos.
Na primeira linha das preocupações dos empresários e gestores estão os
custos com a energia, combustíveis e mesmo água. Custos que são
transversais à dimensão das empresas. Uma racionalização destes custos
tem impactos imediatos no meio ambiente.

Franco Caruso, responsável da direcção de investidores, comunicação e
sustentabilidade da Brisa, salienta este aspecto ao afirmar que, no
caso da sua empresa, os "objectivos quantificados para a redução de
consumos de energia, água e combustíveis - além de redução de emissões
e de resíduos - é um dos exemplos do que significa hoje a
sustentabilidade da empresa".

"Historicamente, as crises têm-se revelado boas oportunidades para o
desenvolvimento dos países e das empresas", defende Joana Queiroz
Ribeiro. "A gestão rigorosa de custos é o mote para a optimização de
recursos, tendo em conta a sustentabilidade, eficiência e
competitividade", frisa a directora de Pessoas e Comunicação da
Unicer. António Neves de Carvalho, director de sustentabilidade e
ambiente da EDP, também é peremptório ao afirmar que a
"sustentabilidade empresarial é a estratégia de sobrevivência".

Já para os CTT, uma empresa que gere uma das maiores frotas em
Portugal, com mais de 3.100 veículos, os custos com o combustível
estão na primeira linha das preocupações da empresa e como tal as
políticas de redução de consumos são elementos chave.

Neves de Carvalho, da EDP, deixa um conselho para as empresas de menor
dimensão: "As empresas menos estruturadas que queiram sobreviver têm
de se posicionar com uma visão de, pelo menos, médio prazo". Ou seja,
é possível obter ganhos de imediato com uma maior racionalização, mas
será sempre necessário incrementar uma aposta na inovação. Um facto
que pode levar ao surgimento de um 'cluster' em Portugal de empresas
que potenciem a designada economia verde, ou seja, com soluções de
racionalização de recursos.

As empresas têm os meios, o conhecimento e, sobretudo, a motivação
para, em parceria, acelerar políticas para o desenvolvimento
sustentável potenciando desta forma a "constituição e surgimento de
novos 'clusters'", confessou José Honório, presidente do Conselho
Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável - BCSD Portugal. Uma
ideia partilhada por Neves de Carvalho que antevê "como o paradigma de
desenvolvimento futuro uma miríade de novos negócios que se
vislumbram".

Edição Verde do Diário Económico é 'carbonfree'
Esta edição Diário Económico emitiu 16.891 kg de dióxido de carbono
para a atmosfera, mas foram totalmente compensados, através da
aquisição de créditos de carbono certificados pelas Nações Unidas, no
âmbito dos mecanismos do protocolo de Quioto, tornando esta edição do
jornal totalmente verde. As emissões de gases com efeito de estufa
responsáveis pelo aquecimento global resultaram do consumo de energia
para a produção do papel necessário, da impressão numa gráfica, do
transporte e, por último, do tratamento dos resíduos gerados. Com a
compra de créditos de carbono foi apoiado um projecto no Brasil (um
país em desenvolvimento) que, ao invés de utilizar combustíveis
fósseis, recorre à utilização de cana-de-açúcar para a geração de
energia. Para além dos benefícios desta energia limpa, o projecto
permite a venda de electricidade à rede e contribui para o
desenvolvimento sustentável através da promoção do emprego e procura
de materiais em empresas locais.


Nestlé

Atingir a meta de desperdício zero
A Nestlé Portugal é uma das empresas mais comprometidas com uma
estratégia empresarial que assegure uma maior eficiência na
utilização dos recursos naturais. As acções são muitas, mas incidem
desde logo na avaliação de todas as fases do ciclo de vida dos
produtos, na utilização de fontes de energia renováveis, na
negociação com os fornecedores ou ainda na utilização da água. A
empresa ambiciona atingir a meta de desperdício zero.

Galp

Galp aposta na inovação
A estratégia de sustentabilidade da Galp Energia, liderada por
Ferreira de Oliveira passa pela aposta na inovação e na utilização de
tecnologias que contribuam para uma melhoria do ambiente, como por
exemplo, o combustíveis que emitam menos CO2 . Mas não só. A empresa
definiu um conjunto de metas a alcançar, como a introdução no
mercado de produtos mais amigos do meio ambiente como o biodiesel ou
biocombustíveis. As questões de segurança estão também na primeira
linha de preocupações da Galp.

Corticeira Amorim

Alcança uma redução de 40% na emissão de C02
O último relatório da corticeira Amorim é revelador da aposta
estratégica da empresa no desenvolvimento sustentável. Face a 2006 foi
possível uma diminuição superior a 40% da sua intensidade carbónica
a par de uma redução de 4,7% no consumo de água e um aumento de 10,4%
na recolha de rolhas face a 2010. Resultados conseguidos graças ao
aumento do conhecimento e fomento de melhores práticas na gestão
florestal, na inovação, no consumo de água e nas campanhas para
fomentar a reciclagem.

BA Vidro

Garantir a competitividade
A empresa com fábricas em Portugal e Espanha reforçou a aposta na
optimização da infra-estrutura industrial e no aumento da eficiência
industrial. Assim, foi implementado o projecto "Desafio à Inovação"
para desenvolver iniciativas que visam reduzir custos de produção e
de logística - redução do peso dos artigos, consumo de embalagens
secundárias e optimização dos transportes. A meta é garantir a
competitividade da empresa e contribuir positivamente para o ambiente.

Jerónimo Martins

Programa alimentação saudável
À Jerónimo Martins para contribuir para uma economia mais amiga do
ambiente e para coesão social tem desenvolvido iniciativas que vão
desde a poupança de água e energia, ao aproveitamento de resíduos,
sobretudo embalagens. Um outro projecto é o Programa 100%, lançado no
início de 2011, para promover a alimentação saudável nas escolas. Já
contribuiu para que mais de 28.000 refeições mais saudáveis tenham
sido servidas, em 87 escolas.

CTT

Redução dos consumos da frota
A estratégia dos CTT está bem delineada passando pela redução do
consumo de energia eléctrica, auditorias energéticas dos edifícios e
redução de papel. Mas uma frota eficiente do ponto de vista
energético e optimização da mesma para reduzir consumos são
elementos-chave. Os CTT utilizam 3.194 veículos em regime de
exploração directa o que também leva a empresa a procurar soluções
tecnológicas ao nível dos veículos e combustíveis alternativos do
consumo de combustíveis.

http://economico.sapo.pt/noticias/crise-esta-a-obrigar-as-empresas-a-apostar-no-meio-ambiente_152102.html

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