sábado, 29 de setembro de 2012

Época crítica termina com 100 mil hectares queimados

INCÊNDIOS

por Lusa, texto publicado por Paula MouratoHoje

A época mais crítica em incêndios florestais termina no domingo, com
cerca de 100 mil hectares de floresta queimada e seis mortos, quatro
dos quais bombeiros.
Durante a fase "Charlie" de combate a incêndios florestais, que
começou a 01 de julho, estiveram no terreno 44 meios aéreos, 2.248
equipas de diferentes forças envolvidas, 1.982 viaturas e 9.324
operacionais.
Os mais de nove mil elementos pertencem aos corpos de bombeiros, GNR,
PSP, Força Especial de Bombeiros "Canarinhos" da Autoridade Nacional
de Proteção Civil (ANPC), Instituto da Conservação da Natureza e das
Florestas e AFOCELCA (agrupamento de empresas para a proteção contra
incêndios).
Dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das
Florestas (ICNF) indicam que a área ardida mais do que duplicou este
ano em relação ao mesmo período de 2011, tendo os incêndios florestais
consumido até 15 de setembro 98.698 hectares.
O último relatório indica que, entre 01 de janeiro e 15 de setembro,
foram registadas 19.571 ocorrências de fogo, que queimaram 98.698
hectares de floresta.
Em relação ao mesmo período do ano passado, os incêndios florestais
aumentaram um quarto e a área ardida aumentou 130 por cento. Entre
janeiro e 15 de setembro de 2011 registaram-se 15.730 fogos e 42.756
hectares de área ardida.
O maior fogo deste ano deflagrou em julho, na Serra do Caldeirão, no
Algarve, entre os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel, tendo
queimado 21.437 hectares de espaços florestais, cerca de 22 por cento
da área florestal ardida este ano.
Este incêndio provocou várias críticas à forma como os meios de
combate atuaram, o que levou o ministro da Administração Interna,
Miguel Macedo, a pedir um relatório à Autoridade Nacional de Proteção
Civil (ANPC), que reconheceu "debilidade na coordenação ou no
comando".
Após o relatório da ANPC, Miguel Macedo determinou uma avaliação aos
incêndios que lavraram no Algarve, em julho, a uma entidade
independente, trabalho coordenado pelo investigador e docente da
Universidade de Coimbra Domingos Xavier Viegas, que vai entregar o
relatório ao ministro na segunda-feira.
Outros grandes incêndios deste ano deflagraram no início de setembro
nos concelhos de Ourém, Seia e Viseu.
Devido ao elevado número de incêndios, durante a primeira semana de
setembro, foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, em que
estiveram operacionais em Portugal dois aviões 'Cannadair' franceses e
outros dois espanhóis.
Os meios aéreos espanhóis já tinham estado a atuar nos incêndios do Algarve.
Também no início de setembro, um helicóptero KAMOV da frota da Empresa
de Meios Aéreos (EMA) teve um acidente quando estava a combater um
incêndio no concelho de Ourém, que provocou dois feridos.
Na sequência das investigações deste acidente, os helicópteros KAMOV
tiveram de cessar imediatamente todas as operações de voo, a pedido da
empresa que assegura a manutenção dos aparelhos.
Desde 21 de setembro que o combate aos incêndios florestais foi
assegurado por 38 meios aéreos, sendo três da EMA e os restantes
alugados para a época mais crítica de combate a fogos.
Segundo a ANPC, seis pessoas morreram este ano no combate aos
incêndios florestais, entre os quais quatro bombeiros, um elemento que
pertencia ao Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e
um civil.
A fase "Delta" de combate a incêndios florestais começa na
segunda-feira e prolonga-se até ao dia 31 de outubro, com uma
diminuição do número de meios operacionais, passando a estar no
terreno 5.363 elementos, 1.289 veículo e 22 meios aéreos, estes
últimos até 15 de outubro.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2799412&page=-1

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