Lusa
28 Set, 2012, 18:51
A FIPA -- Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares
manifestou hoje preocupação com o impacto da greve nos portos nas
exportações portuguesas, estimando a entidade gastos extras de dez
milhões de euros em custos logísticos mensais.
O conflito nos portos, diz o presidente da FIPA, vem "comprometer em
grande medida" a competitividade e o plano das empresas para as
exportações, nomeadamente as destinadas aos Estados Unidos e África.
"Está em risco o resultado das empresas neste ano", afirmou à agência
Lusa o presidente da federação, Jorge Henriques, para quem a situação
de greve "não se pode manter" devido às "inúmeras consequências" que
acarreta para o setor.
"Nesse sentido apoiaremos incodicionalmente qualquer medida que o
Governo venha a encontrar" para repor a normalidade nos portos,
comentou ainda o responsável da FIPA.
A entidade alerta também que existem muitos setores da indústria
agro-alimentar onde "toda a matéria-prima" é abastecida exclusivamente
por via marítima e não se compadece com quebras de ritmo de descargas
constantes.
"Qualquer cenário que coloque em causa o funcionamento do
abastecimento irá provocar paragens de produção e, consequentemente, a
impossibilidade de fornecimento de matérias-primas necessárias para a
produção de alimentos", diz a FIPA em nota de impensa.
A FIPA apela a que "num momento de grandes dificuldades" para Portugal
"possa haver um verdadeiro sentimento de responsabilidade pois está
claramente colocada em causa a sobrevivência" da economia nacional e a
garantia do abastecimento alimentar.
Ao fim de duas semanas de greves consecutivas nos portos portugueses,
os estivadores, pilotos e administrações portuárias prometem
prosseguir a luta até as suas reivindicações serem negociadas com o
Governo.
De acordo com os sindicatos, hoje os portos nacionais estão parados
devido à greve simultânea dos estivadores e das administrações
portuárias, cuja adesão é de 99 por cento, o que na prática significa
que "não entram nem saem navios dos portos do Continente, Madeira e
Açores", explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das
Administrações Portuárias, Fernando Oliveira.
O presidente do Instituto Portuário e do Transporte Marítimo (IPTM),
João Carvalho, rejeita que o impacto seja tão significativo, mas
adverte para as consequências da "irresponsabilidade" dos sindicatos
para a economia.
"Acima de tudo há um impacto económico, especialmente no porto de
Lisboa, mas mais do que isso é a imagem que sai deteriorada com isto",
afirmou à Lusa João Carvalho, considerando que "duas semanas de greves
consecutivas não são normais".
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=590986&tm=6&layout=121&visual=49
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