quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Finalista de agronomia investe 100 mil euros para provar que a agricultura tem futuro

Por Agência Lusa, publicado em 18 Set 2012 - 13:47 | Actualizado há 11
horas 50 minutos
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Um jovem de 23 anos, de Penafiel, finalista de agronomia em Coimbra,
investiu mais de 100.000 euros numa exploração de vinha e de milho
para provar que a agricultura tem futuro em Portugal.

"Sonhei, desde pequeno, estar ligado à área, primeiro como veterinário
e agora isto", disse à Lusa, enquanto mostrava, orgulhoso, a sua
exploração em S. Mamede de Recesinhos.

"Os terrenos são dos meus pais, mas o investimento que aqui vê foi
idealizado por mim", contou.

Filho de lavradores ainda no ativo, Luís Landreiras acredita que
Portugal, em especial a região norte, tem grande potencial agrícola,
convicção que, frisou, tem consolidado na formação académica, em
engenharia agrónoma, que está quase a concluir.

"Sempre ouvimos, aqui na terra, que a agricultura era empobrecer
alegremente. Lá [na faculdade], o primeiro impacto é que a agricultura
é importante para o nosso país e para o mundo. Isso abriu-me os olhos
e a perspetiva de uma vida ligada a isto", afirmou.

"Podemos ser autossuficientes em grande parte das coisas", lembrou,
criticando que o país ainda tenha apoios à não produção, obrigando à
importação e ao abandono dos terrenos férteis.

Sentado no trator, alertou, preocupado: "Hoje vemos terrenos
abandonados, há fome e compramos tudo aos países estrangeiros".

Fazendo uma longa pausa para ponderar e olhar o horizonte de hectares
de vinha nova, lamentou: "Assim, o nosso país vai-se afundando".

Mas para provar que a agricultura também pode ser um "futuro risonho"
para os jovens, Luís avançou com uma candidatura ao programa Vitis,
num valor superior a 100.000 euros, para plantação de seis hectares de
vinha, com as castas de vinho verde de melhor qualidade na região.

Decidiu não solicitar o apoio da banca, optando por pedir o dinheiro
emprestado aos familiares, enquanto aguarda, por entre "um mar de
papelada", receber a comparticipação.

"Até agora já fiz um investimento brutal e não tive qualquer apoio",
disse, acrescentando prontamente:

"É vinha nova. Isto é só o começo. Só daqui por cinco anos é que
tirarei rentabilidade disto, mas vou recuperar", observou,
mostrando-se confiante de que a Quinta da Aveleda, maior exportador
nacional de vinho verde, poderá constituir um dos seus melhores
clientes.

Quando os estudos permitem, como nas férias e ao fim de semana, o
futuro engenheiro agrónomo dedica o tempo livre, quase na totalidade,
ao "trabalho duro" na quinta.

Para já, conta com a ajuda dos pais, de outros familiares e de uma
"colaboração muito especial", a sua namorada, também estudante de
agronomia, residente a poucos quilómetros, em Vila Meã, Amarante, e
igualmente apaixonada pela lavoura.

"É um orgulho muito grande e um bem-estar enorme trabalhar aqui. Mesmo
com o frio ou com chuva, não custa", exclamou.

Luís Landreiras também tem orgulho na exploração de dois hectares de
milho forrageiro, próprio, explicou, para a alimentação de animais, na
freguesia vizinha de Croca.

Mergulhando determinado num mar imenso de milho verde, exibiu com as
suas próprias mãos a qualidade da espiga. O jovem disse acreditar no
potencial desta cultura, até porque poderá constituir, no futuro, um
ótimo apoio para o investimento que conta fazer na criação de bovinos,
aproveitando as condições que a casa dos pais já proporciona.

"Tenho muitas ideias e muitos projetos para o futuro", concluiu.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
aplicado pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/dinheiro/finalista-agronomia-investe-100-mil-euros-provar-agricultura-tem-futuro

1 comentário:

Anónimo disse...

Óbviamente que a agricultura em Portugal tem Futuro e Presente, embora com um passado doído.
Para colocar as coisas nos eixos, algo mais há a fazer que passa por, pelo menos, trabalhar serenamente em projectos sérios para mercados sérios; Passa também por cercar, tolher e coibir os traidores da Pátria que tudo vêm fazendo para entregar o comando económico da nossa agricultura á CE cujos projectos mal acabados são plena demonstração de incompetências e de orientações criminosas, pelo menos crimes económicos onde se paga para nada fazer.
Passa de igual modo por desobedecer ás orientações dos que têm interesses em que fiquemos na ruina, os coniventes das obras faraónicas de auto estradas, aeroportos, TGV's submarinos e outros roubos orquestrados por quem deveria fiscalizar os frudulentos projectos de hegemonia geo estratégica para desta vez tentarem destruir as defesas viriátricas.
Passa por instituir um julgamento e condenação de quem untou as mãos com as sobras dessas faraónicas obras, começando pelos que hoje exigem pagamento das dívidas que eles fizeram para se darem bem.
Atitudes como esta de assumir o rumo da produção de alimentos são louváveis e a prova provada de que em Portugal haverá Futuro e Presente, enquanto correr nas veias o sangue que alimenta os sonhos e as realidades.
Viva Portugal
jorge@nortecnet.com.br

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