quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Medidas tomadas sobre queijo contaminado garantem saúde pública

A Direção Geral de Alimentação e Veterinária assegura que já foram
tomadas medidas para proteger os consumidores em relação ao queijo
contaminado.
17:09 Terça, 18 de Setembro de 2012
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A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) garantiu hoje, a
propósito do queijo contaminado (listeria monocytogenes) fabricado em
Portugal, que medidas já aplicadas asseguram "a proteção de saúde dos
consumidores".

"Face às medidas tomadas e à celeridade com que as mesmas foram
implementadas, a DGAV está em condições de assegurar que de acordo com
a avaliação da rastreabilidade dos lotes contaminados, não existem
atualmente produtos no mercado nacional, estando assim asseguradas as
medidas necessárias para a proteção da saúde dos consumidores", indica
a DGAV em comunicado enviado à agência Lusa.

Entre as medidas tomadas estão a "promoção da recolha para destruição
dos cinco lotes contaminados vendidos para Espanha que perfaziam um
total de 6500 quilogramas", a "suspensão imediata da laboração do
estabelecimento produtor" e a "colheita de amostras de alimentos,
utensílios e superfícies para identificar a causa do problema".

Alerta de Espanha

Existe - segundo a DGAV - um "acompanhamento de todas as medidas
tomadas" para resolução da situação, nomeadamente a descontaminação de
todas as áreas de laboração, sendo que a produção de queijos "só
poderá ser reiniciada após análises negativas a utensílios e
superfícies".

Os produtos só poderão ser colocados novamente no mercado após
resultados conformes, assegura a DGAV.

Tudo começou quando a autoridade competente Espanhola, a AESAN,
notificou a DGAV, através do sistema RASFF (sistema rápido de alerta
para perigos nos alimentos) que tinha identificado queijo produzido
num estabelecimento português com contagens de Listeria monocytogenes
acima do legalmente permitido, o que levou a DGAV a acionar de
imediato as medidas tidas por necessárias para a salvaguarda da saúde
pública.

Entretanto, as amostras colhidas estão a ser processadas no
laboratório de microbiologia do Instituto Nacional de Saúde Ricardo
Jorge, não estando ainda disponíveis resultados.

Produto retirado do mercado

De acordo com notícias divulgadas na segunda-feira pela agência EFE, o
produto (já retirado do mercado) foi fabricado em Portugal e
distribuído na sua maior parte a estabelecimentos de especialidades
lácteas em várias comunidades autónomas espanholas, bem como em
Itália.

A bactéria em causa pode provocar listeriose, que se transmite
precisamente pela ingestão de alimentos contaminados, sobretudo leite
não pasteurizados, vegetais crus mal lavados ou alimentos processados
(como charcutaria).

Segundo a Direção-Geral da Saúde, a doença tem um período médio de
incubação de três semanas. Tal como a maioria das infeções de origem
alimentar, tem um curso clínico benigno, caracterizado por síndroma
febril agudo, por vezes acompanhado de diarreia.

Último surto de listeria em 2010

A doença com evolução grave é mais frequente em grávidas,
recém-nascidos ou adultos com o sistema imunitária debilitado.

"O último surto conhecido de listeria em Portugal ocorreu em 2010 na
região de Lisboa e Vale do Tejo, tendo terminado com o encerramento da
queijaria responsável pela transmissão da bactéria.

Segundo recordou à agência Lusa Cristina Santos, da Direção-Geral da
Saúde (DGS), tratou-se de um surto com 24 casos que ainda se prolongou
até 2011 e desde aí não houve mais registos de casos em Portugal.
Contudo, Cristina Santos lembra que a listeria não é uma doença de
declaração obrigatória e que, geralmente, o seu curso é benigno.



http://expresso.sapo.pt/medidas-tomadas-sobre-queijo-contaminado-garantem-saude-publica=f754157

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