quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Nações Unidas defendem intervenção nos preços para evitar crise

Alimentos

As três agências das Nações Unidas responsáveis pelas questões
alimentares apelaram hoje para uma intervenção internacional "rápida e
coordenada" que impeça a repetição da crise alimentar de 2008, numa
altura em que os preços dos alimentos continuam a subir.
04 Setembro 2012Nº de votos (0) Comentários (0)



Num comunicado comum, o director-geral da organização das Nações
Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva,
o presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola
(FIDA), Kanayo F. Nwanze, e a directora executiva do Programa
Alimentar Mundial (PAM), Ertharin Cousin, apelam ainda para "o combate
às causas profundas do aumento do preço dos alimentos".
"A situação nos mercados globais de alimentos, caracterizada por um
forte aumento dos preços do trigo, milho e soja, provocou receios de
uma repetição da crise alimentar de 2007-2008. Uma resposta rápida e
coordenada à escala internacional pode evitar a sua repetição",
consideraram os três responsáveis.
Trata-se de "agir prontamente para assegurar que esses choques de
preços não levem a uma catástrofe que venha a afligir dezenas de
milhões de pessoas ao longo dos próximos meses", advertiram.
A FAO, PAM e FIDA, consideram que "os preços elevados dos alimentos
são um sintoma, não a doença" e defendem que a comunidade
internacional "deve tomar medidas preventivas para evitar aumentos
excessivos, fazendo uma intervenção ao nível das causas profundas que
estão na origem do aumento dos preços".
Os responsáveis defendem a "produção sustentável nos países pobres
importadores de alimentos, que geralmente têm um enorme potencial para
o aumento da produção".
"Tal permitiria abastecer os mercados locais e criar empregos e
receitas, particularmente nas zonas rurais onde vivem 70 por cento dos
pobres do planeta", consideraram.
"Devemos abordar também o problema do desperdício e da perda de um
terço dos alimentos produzidos no mundo devido a alterações,
deterioração ou outras causas", acrescentaram.
As três agências defendem ainda uma "dupla abordagem" com o objectivo
de apoiar os investimentos a longo prazo na agricultura, nomeadamente
dos pequenos agricultores, garantindo ao mesmo tempo o estabelecimento
de redes de segurança para produtores e consumidores pobres que evitem
situações de fome e pobreza a curto prazo.
As organizações apontam ainda algumas medidas a evitar: "os países
devem abster-se de fazer compras impulsionadas pelo pânico e pelas
restrições às exportações, que apesar de ajudarem temporariamente
alguns consumidores, se revelam ineficazes e dificultam a vida a todos
os outros".
"A crescente conversão de culturas de alimentos em biocombustíveis e a
especulação financeira desempenharam um papel no aumento e na
volatilidade dos preços", denunciam ainda as organizações das Nações
Unidas, renovando uma recomendação da reunião do G20 de 2011 em Paris,
que vai no sentido de que as autorizações para a produção de
biocombustíveis sejam ajustadas quando o abastecimento de alimentos
esteja ameaçado.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/nacoes-unidas-defendem-intervencao-nos-precos-para-evitar-crise

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