terça-feira, 23 de outubro de 2012

APROLEP: Mais do que nunca, precisamos de preço justo para a produção de leite

A APROLEP considera positivo o apoio extraordinário aos produtores de
leite hoje anunciado e saúda todos os que trabalharam e contribuíram
para este desfecho, nomeadamente a Senhora Ministra da Agricultura e
todo seu gabinete, os responsáveis de todos os quadrantes políticos
que abordaram a questão do leite a nível nacional e comunitário, as
várias organizações agrícolas e os produtores que participaram nas
manifestações, conferências de imprensa e outras iniciativas em defesa
de toda a fileira do leite português.

Infelizmente, esta ajuda extraordinária, que representa o
reconhecimento das dificuldades dos produtores pelo poder político, é
claramente insuficiente para fazer face ao aumento dos custos de
produção e baixado preço do leite ao produtor. Seis milhões de euros
em dois anos representam meio cêntimo por litro (pago em dois anos),
quando a ração subiu mais de dez cêntimos e o preço do leite ao
produtor em Portugal desceu cerca de 3,5 cêntimos desde Janeiro,
mantendo-se desde Maio do ano 2010 abaixo da média comunitária. Por
tudo isto, além de todo o esforço que já fizemos e devemos continuar
para reduzir custos de produção, temos de reafirmar que a
sobrevivência da produção de leite em Portugal terá sempre de passar
pelo aumento do preço ao produtor e a valorização do leite português
dependerá sempre de uma nova relação entre a indústria e a
distribuição e de novos equilíbrios na partilha de esforços e valores
ao longo da fileira.

É público que a relação indústria distribuição é complicada desde há
muito tempo e será preciso muita força, trabalho, paciência e coragem
para que ocorram mudanças positivas. Precisamos que no âmbito da
PARCA, Plataforma de acompanhamento das Relações da Cadeia
Agro-alimentar, surja um mercado mais equilibrado. Precisamos de
mudanças positivas nos vários actores da fileira para construir pontes
em vez de muros. E precisamos de tudo isso com urgência. Todos os
meses crescem as dívidas aos nossos fornecedores. Todas as semanas há
vacarias que fecham. Todos os dias aumenta a angústia, a tristeza, o
desânimo e a revolta dos produtores de leite que resistem, dos seus
familiares e colaboradores. Por nós, por eles, não vamos desistir de
lutar, de todas as formas possíveis, pela sobrevivência deste sector.



22 de Outubro de 2012

Associação dos Produtores de Leite de Portugal

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/10/22f.htm

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