terça-feira, 23 de outubro de 2012

Bio(lógico)

Isabel Martins
18 de Outubro - 2012
A regulamentação para o vinho biológico veio tornar possível rotular a
produção proveniente de uvas biológicas, algo que até aqui não era
possível.

Como sempre que é publicada legislação inovadora, a falta de consenso
é notória. Há quem considere o novo enquadramento ajustado e há quem o
avalie como pouco exigente, mesmo 'um passo atrás', e esteja já à
espera de novas alterações e ajustamentos.

Discussão à parte, é preciso abandonar fundamentalismos. A viticultura
sustentável é uma prática cada vez mais enraizada no nosso país. O
enrelvamento entre linhas banalizou-se, técnicas de conservação de
solo são cada vez mais utilizadas e, nem que seja por motivações
económicas, a quantidade de agroquímicos, em especial de herbicidas,
utilizados é reduzida ao mínimo indispensável.

Os viticultores estão a fazer o seu caminho para diminuir impactes
ambientais e tornar a atividade cada vez mais responsável
ambientalmente. É um percurso que levará o seu tempo, mas que parece
ser incontornável. Como é óbvio, tudo isto tem de encaixar no objetivo
final do produtor que é criar um produto final com qualidade e
simultaneamente rentável. E aqui é preciso usar de bom senso para
equilibrar esta dicotomia da viticultura sustentável versus
rentabilidade económica.

As quebras de produtividade iniciais numa vinha biológica rondam os 20
a 30%, mas a experiência revela que o tempo e um maior conhecimento e
domínio das técnicas permitem alcançar produções regulares.

Uma coisa é certa: esqueçam a ideia de que 'o biológico' é deixar a
vinha entregue à natureza e ter pouco trabalho. O bio implica um
elevado nível de sofisticação e profissionalismo e não se compadece
com amadorismos. Encará-lo de ânimo leve pode ser um desastre
vitícola.

http://www.enovitis.com/news.aspx?menuid=55&eid=5514&bl=1

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