Um especialista em agronomia defendeu ontem a plantação de
medronheiros, planta lenhosa cujo fruto é o medronho, como forma de
regenerar as áreas ardidas em Julho em São Brás de Alportel e Tavira.
"O medronho tem a possibilidade de ser rentável a curto prazo enquanto
outras espécies serão rentáveis num prazo mais alargado", explicou à
Lusa Jorge Santos.
O especialista, docente da Escola Profissional da Sertã, frisou a
capacidade de recuperação e desenvolvimento do medronheiro em
ambientes agrestes como os solos devastados pelo fogo e a diversidade
de produtos feitos a partir do medronho que podem ser comercializados.
A aguardente de medronho, as compotas e doces são alguns dos produtos
mais conhecidos deste fruto que tem uma longa relação com a serra
algarvia, exemplificou Jorge Santos.
Sob o lema "fazer das fraquezas forças", o especialista defende ainda
que é possível aproveitar a cinza resultante do incêndio como
fertilizante natural.
"É um recurso que agora está infelizmente presente no local e que tem
propriedades como o potássio, o fósforo e o azoto", referiu,
sublinhando que estudos internacionais comprovam que a cinza tem o seu
benefício como fertilizante mas também para a cura de pragas, como a
da chamada "borboleta da batata".
O modelo de regeneração defendido pelo docente tem por base os casos
de recuperação de áreas ardidas na Sertã e da área florestal da
Guarda, que foi transformada em Reserva da Faia Brava.
As alfarrobeiras e os sobreiros são outras das espécies indicadas para
a replantação de áreas ardidas. Contudo, a sua rentabilização surge a
médio e a longo prazo, ao contrário dos medronheiros, rentáveis num
período mais curto de tempo.
A figueira-da-índia pode também ser usada como solução para travar o
fogo, sendo ainda uma fonte de selénio, substância muito procurada
pela indústria farmacêutica para comercialização.
Fonte: Lusa
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/10/26.htm
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