segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Museu do Vinho na posse da Câmara de Alcobaça

Publicado a 21 de Outubro de 2012 . Na categoria: Destaque Painel Sociedade .
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Paulo Inácio e Frederico Falcão dizem-se satisfeitos por verem
finalmente reunidas as condições para que o Museu reabra as suas
portas
Foi das mãos do presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV),
Frederico Falcão, que o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo
Inácio, recebeu o passado dia 11 de Outubro as chaves do Museu do
Vinho. Mais de cinco anos depois do repentino encerramento do museu,
fundado em 1986, a autarquia conseguiu finalmente chegar a
entendimento com o governo quanto às condições de cedência do espaço
museológico, que o autarca quer reabrir antes do fim do ano.
A cedência do Museu Nacional do Vinho e da Vinha à autarquia
prolonga-se durante 30 anos, mediante o pagamento de uma renda de
18.966 euros por ano. Um valor que pode vir a ser eliminado, ou
diminuído, caso a autarquia ali faça os investimentos necessários,
avaliados em 2,4 milhões de euros. No auto de cedência e aceitação
assinado entre a Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças e a Câmara
de Alcobaça fica expresso que o investimento se fará "mediante
apresentação de candidatura ao QREN". Uma salvaguarda que Paulo Inácio
disse sempre ser fundamental para que a autarquia ficasse com o
espaço.Outra exigência da Câmara foi a possibilidade de constituir
parcerias ou de ceder o espaço a terceiros "com vista a fazer face aos
custos de manutenção do conjunto edificado, bem como a exploração
turística e actividades a desenvolver para o normal e digno
funcionamento do espaço", que fica também definida no documento em
vigor desde o início do mês.
Paulo Inácio disse que tudo está encaminhado para que seja a Adega
Cooperativa de Alcobaça a juntar-se à autarquia neste processo.
No passado dia 12 a Câmara formalizou ainda um protocolo de cedência
do espólio do Museu do Vinho com o IVV, também por 30 anos. "O
Município de Alcobaça não estava apenas interessado no edifício. Ter o
espaço não faria qualquer sentido sem o acervo", disse Paulo Inácio.
Trata-se de um espólio com cerca de 8.000 peças, compondo "uma
colecção muito eclética, das artes plásticas à etnografia, passando
pela vitivinicultura", explicou Alberto Guerreiro, técnico da
autarquia. "Há muito trabalho pela frente, um trabalho árduo,
interdisciplinar, mas temos o mais difícil, que é uma colecção
importante, de índole nacional", afiançou Alberto Guerreiro.

"Não é correcto termos de pagar uma renda"
Admitindo que as condições de cedência do Museu do Vinho à autarquia
estão longe de ser as ideais, Paulo Inácio diz que "foi com um
bocadinho de mau agrado" que as aceitou. "Acho que não é correcto
termos de pagar uma renda, estarmos a cuidar do património do Estado
sem receber contrapartida, mas não seria correcto ter o museu
fechado", disse o autarca, salientando que com a reabertura do Museu
se restituiu um bem precioso para toda a população.
Mas se não fosse a renda anual, "a autarquia teria que fazer à cabeça
um investimento de milhões", para o qual não há condições. Desta
forma, a reabertura fica apenas dependente das negociações com os
parceiros da sociedade civil, de pequenas reparações e da limpeza do
espaço, que se encontra "praticamente igual ao que estava quando foi
fechado".
Paulo Inácio recusa apontar uma data para a reabertura do Museu do
Vinho, mas diz que "antes do fim do ano deve ficar tudo resolvido".
Joana Fialho
jfialho@gazetacaldas.com

http://www.gazetacaldas.com/26283/museu-do-vinho-na-posse-da-camara-de-alcobaca/

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