domingo, 21 de outubro de 2012

Quercus quere garantia de que biocombustíveis não afectam preço de alimentos

terça-feira, 16 de Outubro de 2012 | 08:08
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As associações ambientalistas Quercus e Oikos reforçaram hoje o apelo
ao presidente da Comissão Europeia, para que encontre formas de
garantir a sustentabilidade ambiental e social do uso de
biocombustíveis nos transportes.
Numa informação divulgada hoje, Dia Mundial da Alimentação, as duas
entidades defendem que vários estudos "têm vindo a demonstrar" que a
utilização de biocombustíveis de primeira geração "pode levar a um
aumento das emissões de gases com efeito de estufa e a um agravamento
da subida do preço dos alimentos".

O aumento do valor dos alimentos "pode conduzir a uma nova crise
agrícola e alimentar em todo o mundo", alertam.

Os ambientalistas recordam que, ao longo nos últimos meses, várias
notícias apontam para a intenção da Comissão Europeia (CE) de rever
alguns aspetos da legislação para promover a utilização de energias
renováveis nos transportes.

De acordo com as regras em vigor, os países da UE "devem assegurar
que, até 2020, 10% da energia consumida nos transportes provém de
energias renováveis", explicam as associações.

A maior parte dos Estados-Membros espera atingir esta meta através da
maior utilização de "biocombustíveis de primeira geração", produzidos
a partir de culturas agrícolas, muitas vezes também de uso alimentar,
como soja, colza ou milho, e introduzidos no mercado em misturas com
gasóleo ou gasolina convencionais.

A Quercus e a Oikos dizem estar satisfeitas pelo facto da CE ponderar
rever algumas regras, depois do apelo das Nações Unidas perante às
situações de seca e de quebra de produção agrícola e a maior procura
de alimentos.

"Perante notícias que apontam para pressões da indústria de
biocombustíveis" para manter o atual regime, as organizações apelam à
intervenção de Durão Barroso para garantir que a nova legislação se
baseia no estado atual da ciência sobre as alterações indiretas de uso
do solo relacionadas com a produção destes combustíveis.

A Quercus e a Oikos realçam a alternativa dos biocombustíveis de
segunda geração, que "não entram em competição com a produção
alimentar", e dão o exemplo daqueles que têm origem nos resíduos e na
biomassa.

Para os ambientalistas, as medidas são "urgentes" para garantir a
integridade ambiental e social das diretivas sobre Energias Renováveis
e sobre a Qualidade dos Combustíveis, mas também para diferenciar, no
mercado, os biocombustíveis que "são efetivamente sustentáveis
daqueles que acabam por ser mais poluentes do que o gasóleo ou a
gasolina que vêm substituir".

Diário Digital com Lusa

http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=188627

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