quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sector agrícola é "alavanca" para recuperar população no Interior de Portugal

10-10-2012




A fileira agrícola pode ser uma resposta alternativa para a crise que
difunde-se em vários sectores de actividade, sustentando oportunidades
de negócio e de criação de emprego que potenciem o regresso de
milhares de pessoas ao Interior do país, que perdeu quase 50 por cento
da população nos últimos 40 anos.

No plano político ou empresarial, a estratégia deve avançar numa
perspectiva conjunta e consolidada, desde Bragança até Castro Marim.
Domingos Madeira Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila
Real, avisou que «a sociedade tem de perceber que este ciclo, até pela
própria crise que se instalou em alguns sectores, vai fazer as pessoas
olhar para a fileira do desenvolvimento rural e para o sector primário
como uma alavanca também para o futuro». E é «à volta do emprego» que
se conseguem fixar as pessoas no Interior do País.

Segundo o autarca, «com este gap demográfico, basta ver o que está a
acontecer a nível de emprego, a nível de custos de interioridade, nós
sozinhos não podemos responder. Por muito que os municípios trabalhem,
se não houver esse "boom", essa necessidade de voltarmos novamente
para o Interior vai ser difícil. Mas é para coisas difíceis que cá
estamos».

Através da empresa municipal MERVAL, exemplificou, funciona uma
incubadora directa de empresas, muitas delas de base tecnológicas com
ligação com a Universidade, que empregam perto de 70 colaboradores.

Outra iniciativa pública, acrescentou, trará este mês à região
«alguns grandes empresários do Uruguai e do Brasil para fazer
negócios». O sector do vinho é o que tem maior potencial exportador. É
o pólo da UTAD, em Vila Real, que lecciona o mais reputado curso
superior de Enologia a nível nacional.

O presidente da Associação Empresarial de Vila Real (NERVIR) concordou
que a aposta para melhorar o balanço demográfico tem de ser na criação
de emprego, mas lamentou que o anterior Orçamento do Estado tenha sido
«o mais penalizador para as empresas do Interior». As que ali se
estabeleceram anteriormente ainda manterão o direito à taxa reduzida
até ao fim do período de concessão de cinco anos.

As que foram entretanto ali criadas perderam o benefício fiscal,
passando a pagar imposto à taxa global de 25 por cento. «Parece que
subimos à primeira divisão das empresas. Perdemos a discriminação
positiva e com as portagens nas Scut não temos nesta altura qualquer
incentivo para atrair as empresas», resumiu Luís Tão.

A NERVIR é uma associação multissectorial, composta maioritariamente
por micro e pequenas empresas lideradas por empresários que
«aprenderam com a vida e necessitam bastante da colaboração com a
Universidade».

Sobre a descida da Taxa Social Única (TSU) para as empresas, Luís Tão
defendeu que ela deveria ser selectiva para as empresas exportadoras,
para aquelas que prestam serviços às exportadoras e também para as
empresas ligadas ao turismo.

Fonte: Jornal de Negócios

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia44828.aspx

Sem comentários:

Enviar um comentário