domingo, 4 de novembro de 2012

L'Art en Bouteille. O vinho português tem uma casa à altura em Paris

Empresa de três portugueses arrancou com cinco parceiros de negócio,
todos da zona do Douro

03/11/2012 | 17:18 | Dinheiro Vivo

A empresa L'Art en Bouteille, criada há menos de um ano, em Paris, por
três portugueses, pretende pôr os vinhos nacionais de alta gama nos
mais requintados restaurantes, hotéis e pontos de venda da capital
francesa, e também do mundo.

Em declarações à agência Lusa, Roger Carvalho, cofundador da L'Art en
Bouteille (veja aqui a página da empresa no Facebook), explicou que a
ideia amadureceu "vários anos", e que foi evoluindo à medida que ele e
os seus dois sócios, Ana de Morais e João Pedro Garcia, observavam que
os vinhos portugueses, embora recebessem "pontuações excecionais nos
concursos internacionais", estavam ausentes do mercado francês.

"Fizemos uma demarcação em relação ao chamado 'mercado da saudade',
que é um mercado fantástico, que funciona muito bem, com produtos de
entrada de gama, que são muito bons, mas por onde nós não quisemos
entrar", explicou.

Todos os contactos da empresa, acrescentou o cofundador, "são
franceses ou internacionais, e feitos a partir de Paris. São contactos
com hotéis de quatro, cinco estrelas, contactos com restaurantes com
estrelas Michelin".

Roger Carvalho diz que "há, no mercado francês e internacional, uma
procura de produtos novos, e de novos países". O que é preciso,
considerou, "é conhecer e estudar esses mercados, e propor o novo
produto". A receita para o sucesso é "compreender os códigos locais, e
adaptar" a imagem e a comunicação.

A "L'Art en Bouteille" arrancou com cinco parceiros, todos produtores
de vinho na zona do Douro – Quinta Vale D. Maria, Quinta da Gaivosa,
Quinta do Sagrado, Quinta do Vale Meão, e Quinta da Manoella
(Wine&Soul) – e organizou, em outubro, uma prova de vinhos na
embaixada de Portugal em Paris.

O balanço do trabalho feito nestes primeiros meses "é positivo", diz.
A empresa pretende até começar a trabalhar na importação de vinhos de
alta gama produzidos noutras regiões de Portugal.

"Pensamos que há um défice com os vinhos do Alentejo, que os vinhos da
Madeira podem também não estar no nível em que podiam estar. Depois,
há regiões e tipos de vinho que também têm que ser descobertos, como o
vinho da região do Dão, os vinhos da península de Setúbal e o vinho
verde", acrescentou.

O empresário afirmou ainda que "os preconceitos de França em relação a
Portugal já desapareceram". Roger Carvalho garante que "falar de
Portugal como produtor de vinhos excelentes é normal e não é chocante
para o ouvido dos franceses".

http://www.dinheirovivo.pt/Faz/Artigo/CIECO067732.html?page=0

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