sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Alimentação trava aumento de preços para manter clientes

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28 de Dezembro, 2012

Leite, pão e café devem manter-se no próximo ano com preços
semelhantes aos de 2012: os industriais do sector admitem que face à
crise têm pouco espaço de manobra para subir preços e preferem perder
margens do que clientes.
"Os industriais continuam a ver as suas margens encurtadas por duas
vias: compram matéria-prima mais cara e vendem produtos com menos
valor acrescentado", disse o presidente da Associação Nacional dos
Industriais de Lacticínios (ANIL), Pedro Pimentel, que acredita que o
preço do leite vai estabilizar.

Pedro Pimentel sublinhou que a indústria enfrenta, por um lado, uma
"forte tendência inflacionista da matéria-prima" (cereais e rações),
que teve grande impacto nas explorações e se deve manter em 2013, e
por outro, um mercado que procura produtos cada vez mais baratos.

"Os produtos praticamente não oscilaram de preço, mas compraram-nos
produtos mais baratos, ou seja vendemos quase os mesmos litros que no
ano anterior, mas ganhámos menos euros", comentou.

Para o presidente da ANIL, a tendência de procura de produtos de gama
mais baixa vai manter-se em 2013, pelo que os preços devem "aumentar
muito moderadamente ou mesmo estabilizar", para não agravar a quebra
nas vendas.

"Vamos ter um ano muito crítico", resumiu.

Também os preços do pão, outro produto de grande consumo, não devem
sofrer grandes oscilações.

O presidente da Associação do Comércio e Indústria da Panificação
(ACIP), Francisco Silva, adiantou à Lusa que falta conhecer ainda
alguns dados essenciais como o preço da farinha e os custos da
energia, mas estima que o pão se mantenha com preços semelhantes aos
de 2011.

"Numa situação tão difícil como esta, o objectivo é manter os preços
para não aumentar os riscos de pobreza e não perder clientes",
justificou, assinalando que a subida também "não foi significativa" em
2012, tendo a indústria perdido "margem e valor" face à "subida
brutal" da energia e das matérias-primas.

"No último ano e meio, a matéria-prima subiu cerca de 70% e a
rectificação dos preços foi apenas de 6 a 7%", salientou Francisco
Silva.

Uma carcaça custa, em média, entre 10 a 16 cêntimos.

Já pagar mais pelo café vai depender muito da decisão de cada empresário.

A Associação Industrial e Comercial do Café não quis falar sobre
preços e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de
Portugal preferiu também não se alongar sobre a matéria, mas o
presidente da AHRESP, Mário Pereira Gonçalves, admitiu que pode haver
"actualizações" no preço da bica, que custa em média 60 cêntimos.

"O preço mais barato da Europa", salientou.

Ainda assim, as subidas não serão significativas, disse o responsável
da AHRESP, notando que muitos empresários podem também decidir não
aumentar os preços para segurar a clientela.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=65424

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