sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

África: A sul do Saara tudo cresce

Vítor Rodrigues Oliveira
16 Jan, 2013, 07:29 / atualizado em 16 Jan, 2013, 14:22


DR
Depois de uma década a crescer em média acima de 4%, as perspetivas
para a África subsariana continuam fortes. Num relatório divulgado
hoje, o Banco Mundial espera que os mais de 40 países a sul do Saara
cresçam no total 4,9%, ligeiramente mais do que no ano passado. Um
crescimento considerado robusto, apesar das fracas expectativas para a
economia global, que deve continuar pelo menos até 2015. E as contas
até podiam melhorar para os 6% se fosse descontado o desempenho da
África do Sul, a maior economia da região.
Há diversas razões para o crescimento, sobretudo o aumento do consumo,
um fluxo constante de remessas de emigrantes, preços elevados das
matérias-primas, mais exportações e mais investimento direto
estrangeiro. Investimento que é sobretudo canalizado para as
indústrias extrativas, mas também, cada vez mais, para a construção,
os transportes, a eletricidade e as telecomunicações. Em entrevista à
Antena1, o economista Alexandre Abreu afirma que se tem verificado
desde o início deste século uma inversão da tendência que apontava
para um continente perdido.

Em muitos países, o crescimento está a ser estimulado por novas
descobertas de matérias-primas, como é o caso de Moçambique, Serra
Leoa ou Gana. O Banco Mundial antevê para estas economias crescimentos
ainda mais fortes nos próximos anos. Noutros casos, não há dependência
de recursos minerais. Países como a Etiópia apostam na exportação de
energia, na modernização da agricultura e na atração de investimento
estrangeiro, ou, como é o caso do Ruanda, na construção e nos
serviços.

No total, há hoje na região 21 países considerados de rendimento
médio, mais do dobro de há uma década. Mas, ainda assim, não faltam
riscos. A economia chinesa, que em muitos casos compra metade das
matérias-primas exportadas por países africanos, pode eventualmente
abrandar; as crises do euro e da dívida americana podem agravar-se; e
há que contar, por exemplo, com instabilidade política nalguns países.
Todos estes fatores podem, de acordo com o Banco Mundial, travar as
ambições africanas.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=619788&tm=7&layout=121&visual=49

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