sábado, 26 de janeiro de 2013

Mau tempo. Espanha pode ganhar com prejuízos dos agricultores de Odemira

Por Agência Lusa, publicado em 26 Jan 2013 - 15:52 | Actualizado há 6
horas 42 minutos

Responsáveis de explorações agrícolas de Odemira admitem que os
agricultores espanhóis podem vir a beneficiar com os efeitos do mau
tempo de há uma semana na região e receiam perder clientes.

"Durante algumas semanas", as duas quintas da Vitacress em Odemira (no
Brejão e em Boavista dos Pinheiros), não poderão "fornecer produto com
qualidade", tendo a empresa de recorrer a outras unidades do grupo,
"principalmente em Espanha", explicou à agência Lusa um dos
responsáveis de produção, Nuno Brissos.

"Neste momento, estamos a recorrer muito à empresa irmã do grupo, a
Vitacress em Espanha, para fornecimento seja aos clientes portugueses,
seja aos clientes estrangeiros", confirmou Pedro Teixeira, responsável
da quinta do Brejão, onde cerca de 90% da produção de ervas aromáticas
e de vegetais ao ar livre ficou danificada.

Segundo informação institucional da empresa, a Vitacress Salads está
presente no Reino Unido, Portugal e Espanha, onde explora cerca de 750
hectares de terrenos agrícolas, produzindo e comercializando saladas
embaladas e prontas a comer.

A Vitacress está inserida no grupo RAR, que começou com a refinação de
açúcar, na década de 60 do século XX, mas abrange hoje várias áreas de
negócio, como a imobiliária.

Na Sudoberry, que estava, antes do temporal, a fornecer clientes
noruegueses, só deverá voltar a haver exportação, com a mesma
qualidade e quantidade, dentro de "mês e meio", afirmou Sofia Rosendo,
diretora de produção.

A responsável da empresa de produção de morangos, com cerca de 60
hectares de estufas, estima que os prejuízos ascendam a mais de 150
mil euros e teme que os produtores espanhóis conquistem os seus
clientes.

"O nosso medo é sempre que os nossos clientes vão ter de optar por
outros fornecedores, provavelmente não aqui em Portugal, porque a
maior parte das pessoas foram afetadas, mas os espanhóis, que são a
nossa maior competição", esclareceu.

Segundo Sofia Rosendo, as explorações em Espanha vão ter "uma porta de
entrada para clientes que nós conseguíamos fornecer quase a 90%", o
que, para a Sudoberry, "potencialmente pode ser um problema muito
grande".

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

http://www.ionline.pt/portugal/mau-tempo-espanha-pode-ganhar-prejuizos-dos-agricultores-odemira

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