segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mau tempo. Maior catástrofe natural dos últimos 50 anos em Sintra altera paisagem da serra

Por Agência Lusa, publicado em 21 Jan 2013 - 16:11 | Actualizado há 7
horas 24 minutos
Governo vai agir em "conformidade" após avaliar estragos em Sintra

A "maior catástrofe natural dos últimos 50 anos" que atingiu Sintra no
sábado derrubou milhares de árvores, impedindo os acessos aos
monumentos da vila património mundial da Humanidade.

Dois dias depois do mau tempo, os turistas continuam a encher o centro
da vila, mas poucos são os que se aventuram a subir a pé até ao Parque
do Palácio da Pena, um percurso que demora quase cerca de hora e meia
a completar.

No início das subidas estão grades e polícias a bloquearem o acesso de
viaturas, enquanto ao longo do caminho são os ramos e os restos de
árvores os principais obstáculos para as caminhadas num percurso
íngreme e sinuoso.

Pelo percurso encontram-se centenas de árvores de grande porte
arrancadas pela raiz, algumas delas com os troncos já cortados, muros
destruídos, pedras de várias toneladas deslocadas e musgo pelas
estradas, num cenário pouco habitual naquelas paragens.

Na zona do Chalet da Condessa d' Edla somou-se outro edifício a
necessitar de recuperação depois de uma árvore ter tombado sobre a
casa do guarda, que serve atualmente de bilheteira.

Naquele local, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando
Seara, lamentava a "maior catástrofe natural nos últimos 50 anos" no
concelho e a devastação provocada pelo vento numa paisagem que tem
tentado proteger.

"O que me custa é o vento, a intempérie ter levado árvores, algumas
delas centenárias, que nós preservámos dos incêndios", disse.

A destruição de árvores e partes de casas é visível por toda a serra,
com Fernando Seara a relatar que a zona das sequoias "está totalmente
intransitável e sem condições de segurança".

"Os cabos elétricos estão no chão e já tivemos um caso de um carro que
pisou um cabo e ardeu", informou o autarca, cuja maior preocupação é
repor a segurança e a acessibilidade na zona.

Duzentos trabalhadores continuam no terreno a desobstruir os acessos
ao Castelo dos Mouros e ao Palácio da Pena, que Fernando Seara prevê
que reabram na terça-feira.

O som das motosserras utilizadas nos trabalhos de limpeza é ouvido
entre o verde característico da zona, onde continuou a chover na manhã
de hoje.

Na avaliação dos estragos esteve também o secretário de Estado das
Florestas, Daniel Campelo, que se deslocou aos locais onde o impacto
da intempérie é mais visível.

Os responsáveis da Protecção Civil municipal adiantaram que os
trabalhos de remoção dos estragos provocados pelo mau tempo vão
"demorar várias semanas".

Governo vai agir em "conformidade" após avaliar estragos em Sintra



O secretário de Estado das Florestas assegurou hoje, em Sintra, que
depois da avaliação dos estragos provocados pelo temporal de sábado, o
Governo irá "agir em conformidade".

Numa visita à serra de Sintra, Daniel Campelo disse aos jornalistas
que sendo pública a empresa Parques de Sintra e Monte da Lua, o
executivo "terá de agir em conformidade com as responsabilidades da
sua empresa".

O responsável adiantou estar a decorrer a avaliação no terreno, onde
se "constata de facto uma grande destruição de património natural e
construído".

"Com uma avaliação mais real daquilo que foi o estrago total, quer no
património público, quer nas infraestruturas de apoio, irá atuar-se em
conformidade", afirmou.

Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando
Seara, chamou a atenção para os "milhares de arvores caídas, algumas
arrancadas pela raiz, os muros de suporte totalmente destruídos e,
nalgumas zonas, as casas particulares afetadas com quedas de arvores".

"Temos porventura uma das maiores ou a maior catástrofe natural em
Sintra nos últimos 50 anos", resumiu o autarca, citando as informações
de que a serra terá sido afetada noutras duas ocasiões pelo mau tempo:
em 1940 e 1950.

Depois de completa a avaliação, Fernando Seara afirmou que será pedido
apoio ao Estado para a reabilitação e reflorestação da serra.

http://www.ionline.pt/portugal/mau-tempo-maior-catastrofe-natural-dos-ultimos-50-anos-sintra-altera-paisagem-da-serra

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