segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ovo estrelado instantâneo vai ser primeira patente portuguesa no sector dos ovos

Por Agência Lusa, publicado em 14 Jan 2013 - 21:45 | Actualizado há 1
hora 7 minutos

Um ovo estrelado instantâneo, produzido por uma máquina ainda em
protótipo, será a primeira patente portuguesa no setor dos ovos, disse
hoje o administrador do grupo Derovo, líder do projeto.

O protótipo funcional para a produção em contínuo de ovos estrelados,
desenvolvido ao longo de quatro anos, foi hoje apresentado, em Pombal,
à ministra da Agricultura Assunção Cristas, e os promotores do projeto
"Egg Ready" garantem que o produto, que é depois embalado
individualmente, está pronto a ser consumido como um ovo estrelado
normal, após ser aquecido num forno micro-ondas.

"Vai ser uma patente da primeira tecnologia portuguesa para o setor
dos ovos, dominada por alemães e holandeses", disse Amândio Santos,
administrador executivo da Derovo.

Assunção Cristas assistiu à produção dos ovos estrelados que saíam de
uma máquina, com a cadência de 100 ovos por hora, idealizada pelo
Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho e
construída pela firma Valinox, parceiros no projeto.

"Até no ovo estrelado é possível inovar, não há limites à nossa
imaginação", frisou Assunção Cristas perante as explicações do
funcionamento da máquina.

A ministra considerou que o ovo estrelado "é altamente nutritivo",
possuindo "todas" as proteínas diárias necessárias e, no caso do
projeto do grupo Derovo sem "o problema do colesterol" por não ter
gordura na sua confeção.

O gestor confirmou que o ovo "não leva gordura" e que é feito em três
fases, variando o tempo de permanência na máquina "consoante se
pretende a gema mais cozida ou mais líquida".

Amândio Santos apontou os mercados muçulmanos como estando "ávidos"
por um produto desta natureza.

"É a grande aposta através do ovo congelado, a Fly Emirates (companhia
de aviação) vai ser o primeiro cliente de catering deste produto",
revelou.

O responsável destacou ainda a colaboração entre a Universidade do
Minho e a empresa, frisando que "cada vez mais" as empresas têm
dificuldades em alocar recursos financeiros às áreas da inovação.

"As universidades perceberam as necessidades das empresas e as
empresas a linguagem das universidades. Hoje está criada uma relação
de parceria perfeitamente possível para potenciar a inovação das
empresas sem um custo demasiado elevado", frisou o empresário.

Já António Vicente, docente da Universidade do Minho, explicou que a
instituição estudou duas vertentes do projeto: por um lado o processo
de conservação do ovo e, por outro, a construção da máquina que o iria
processar.

"A ideia era produzir, em contínuo, ovos estrelados que depois possam
ser embalados, guardados durante um tempo razoável [três semanas em
fresco e 18 meses em congelado] que permita a sua exportação e o
consumo na hotelaria, restauração e serviços de 'catering'", explicou.

O professor do Departamento de Engenharia Biológica frisou que tiveram
de ser estudadas temperaturas, tempos, formas de embalamento e a
maneira de preservar o ovo "e garantir que teria a sua qualidade
intacta" até ao final do processo.

Leonel Conceição, diretor de produção da Derovo, frisou que o projeto
teve um custo de cerca de 300 mil euros e avançou depois de várias
empresas clientes do grupo pedirem "uma solução" para eliminarem a
presença de ovos com casca nas suas cozinhas, por uma questão de
higiene e segurança alimentar.

O próximo passo é projetar um equipamento, até final de 2013, "uma vez
que o protótipo funciona lindamente" ao nível de produção em massa à
escala industrial, que tem um custo estimado de cerca de meio milhão
de euros.

http://www.ionline.pt/portugal/ovo-estrelado-instantaneo-vai-ser-primeira-patente-portuguesa-no-sector-dos-ovos

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