quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Portugal desperdiça um milhão de toneladas de alimentos por ano

14-01-2013



O primeiro estudo nacional sobre as perdas ao longo da cadeia de
aprovisionamento alimentar indica que há quem deite fora um iogurte
que está fora do prazo, quem ponha no lixo os restos do jantar, ou o
lanche que o filho não comeu, a fruta que amadureceu de mais, as
sobras que guardou durante uma semana com a intenção de os aproveitar
e que, entretanto, se estragaram.

Este é o resultado de um primeiro estudo deste tipo feito no país, "Do
Campo ao Garfo - Desperdício Alimentar em Portugal". Podem ser
pequenas quantidades, mas, se somarmos o que cada um dos consumidores
deita fora, percebemos que estamos a contribuir para o milhão de
toneladas de alimentos que anualmente são desperdiçados em Portugal,
um valor correspondente a 17 por cento do total produzido pelo país.

A Instituição britânica dos Engenheiros Mecânicos indica que as
técnicas agrícolas, de armazenamento e de transporte, desadequadas, a
que se soma a lógica da sociedade de consumo, levam a que entre 30 a
50 por cento dos alimentos produzidos anualmente acabem no lixo.
Entre 1,2 a 2 mil milhões toneladas dos alimentos, de 30 a 50 por
cento dos produzidos anualmente em todo o mundo, acabam no lixo,
segundo indica um relatório divulgado por esta instituição.

Segundo as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a
população mundial terá atingido os 9,5 mil milhões de pessoas em 2075,
o que significa que o planeta terá mais três mil milhões de pessoas
para alimentar.

O relatório "Global Food, Wast Not, Want Not" refere a previsão da ONU
sobre o aumento da população mundial, a par dos seus números sobre o
desperdício, para alertar para a importância de se actuar sobre as
causas que levam a que grande parte dos alimentos produzidos em todo o
planeta seja desaproveitada.

Uma produção que tem elevados custos ambientais, dada a quantidade de
terrenos, de energia, fertilizantes e água que requer. E caso não se
resolva o problema do desperdício, a produção terá de aumentar
significativamente.
Técnicas agrícolas, de armazenamento e de transporte desadequadas, a
par do modo de funcionamento dos mercados e da sociedade de consumo,
são apontadas como as causas do problema.

O relatório recomenda que a ONU trabalhe conjuntamente com os
diferentes governos e com instituições de apoio ao desenvolvimento
para «alterar as mentalidades em relação ao desperdício,
desencorajando as práticas de desperdício de agricultores, produtores
de alimentos, supermercados e consumidores».

Fonte: Público; Expresso

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia45564.aspx

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