terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Proteção Civil de Viana pede participação de ninhos de vespa asiática "sem alarmismos"

Lusa
29 Jan, 2013, 18:04

A Proteção Civil de Viana do Castelo apelou hoje à população para
participar a deteção de novos casos de ninhos de vespa asiática na
região mas "sem alarmismos".
A posição foi assumida durante uma reunião de trabalho, em Viana do
Castelo, envolvendo ainda representantes da Direção-Geral de
Alimentação e Veterinária (DGAV), bombeiros, apicultores e técnicos do
Ministério da Agricultura.

Em toda a região foram identificados, nas últimas semanas, 38 ninhos
desta espécie de vespa, maior e mais perigosa do que a nacional e que
representa uma ameaça à produção de mel.

"Apelamos à colaboração dos cidadãos na identificação de novos ninhos,
mas sem alarmismos", sublinhou o comandante distrital da Proteção
Civil, Paulo Esteves, que coordenada a operação.

Este apelo consta de um plano de ação divulgado hoje pela DGAV e que
permite, através da internet, participar a presença de novos ninhos,
aconselhando ainda métodos de controlo desta praga.

A Proteção Civil assumiu em janeiro a coordenação das operações de
identificação e destruição de ninhos de vespa asiática no Alto Minho,
sendo que só no concelho de Viana do Castelo já se conhecem cerca de
três dezenas de casos.

Dos 38 ninhos desta espécie de vespa que foram identificados na
região, 29 foram entretanto destruídos pelos bombeiros, com recurso a
um maçarico adaptado para o efeito. "É um equipamento que permite
destruir os ninhos através do fogo, chegando ao topo das árvores, a
mais de 10 metros de altura", explicou Paulo Esteves.

Dos cerca de 30 ninhos detetados só no concelho de Viana do Castelo,
restam apenas sete por destruir, mas as autoridades sublinham ser
"crucial" a identificação de outros que possam existir, admitindo-se
que esse número deverá "crescer substancialmente" nos próximos meses,
à semelhança da progressão da espécie em França e Espanha.

No Alto Minho restam por destruir, ainda, dois ninhos nos concelhos de
Caminha e Vila Nova de Cerveira, mas a presença desta vespa já se faz
sentir também em Ponte de Lima e Ponte da Barca, assim como em
Barcelos e Vila Verde (Braga).

A concentração destas operações na Proteção Civil é justificada pelo
facto de a destruição dos ninhos estar a ser realizada pelos
bombeiros, processo apoiado por uma associação de apicultores local.

Segundo Miguel Maia, técnico da Associação Apícola Entre Minho e Lima
(APIMIL), além do problema da biodiversidade, ao "prejudicar a
alimentação" de outras espécies, trata-se de uma vespa "mais
agressiva".

"Faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento, porque estão
a ser atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por
morrer", explicou.

Ainda assim, Miguel Maia admite que não sejam um "perigo imediato"
para os seres humanos: "Só se forem lá mexer", diz.

A vespa velutina é originária do sudoeste da Ásia e foi introduzida na
Europa através do porto de Bordéus, em França, no ano de 2004.

"De então para cá, já conquistou um terço do território francês e
colonizou parte do norte de Espanha, em 2010. No ano seguinte a
presença foi detetada em Portugal", explica a APIMIL.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=623692&tm=8&layout=121&visual=49

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