sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Seniores são o novo alvo da indústria alimentar

LUSA
17/01/2013 - 18:08
Empresas agro-alimentares discutem tendências do sector e novas
oportunidades de negócio.


Adriano Miranda

Embalagens mais fáceis de abrir, rótulos com letras grandes e produtos
com menos sal são algumas das respostas da indústria alimentar a um
dos segmentos mais fortes que emergem neste sector: o mercado sénior.

"Esta população deixou de ser um nicho de mercado", afirmou à Lusa
Isabel Braga da Cruz, da Portugal Foods, que vai apresentar as dez
maiores tendências do sector agro-alimentar, na sexta-feira, no
seminário 2013: Ordem para Exportar.

Os consumidores mais velhos surgem assim como uma oportunidade para a
indústria alimentar, que já oferece produtos dirigidos às necessidades
específicas desta faixa etária, "mas sem haver ligação a qualquer tipo
de limitação", sublinha a responsável da Portugal Foods, associação de
empresas que representam os vários subsectores agro-alimentares. Uma
especificidade que passa pela formulação dos alimentos, mas também
pelo design das embalagens, "para permitir um melhor manuseamento" e
rotulagem simples, clara e fácil de ler.

Tudo isto encarado "numa perspectiva positiva e de um envelhecimento
de qualidade, activo e indulgente, que permita acrescentar vida aos
anos em vez de acrescentar anos à vida", reforça a mesma responsável.

Isabel Braga da Cruz notou, por outro lado, que "a alimentação é muito
mais do que ingerir alimentos, é também uma questão emocional". Por
isso, detecta-se também um crescente interesse pelas experiências
sensoriais, em que os consumidores procuram descobrir aromas e
texturas diferentes e produtos que conjugam diferentes ingredientes.

A sustentabilidade é outra das tendências que vieram para ficar em
2013. "Há preocupações no consumidor que vão muito mais além do
alimento", salientou Isabel Braga da Cruz. Os consumidores estão
receptivos a campanhas relacionadas com questões ambientais e até de
caridade, convertendo a compra de determinado produto em donativos
para instituições sociais, mas não abdicam da conveniência.

"Terá de haver uma boa conjugação entre o que o consumidor procura (o
alimento)" e outras questões que também são valorizadas como o
bem-estar animal, a reciclagem das embalagens ou o comércio justo, um
"posicionamento ético" que se tornou uma tendência mundial.

"O consumidor é muito consciente, muito informado e a indústria
adaptou-se, tendo um posicionamento mais ético, mais transparente,
procurando não esconder o que tem nos seus produtos", até porque a
saúde é também "um foco claro", precisou Isabel Braga da Cruz.

O preço continua a ser um factor decisivo. "No final, isso conta
muito", reconhece a mesma responsável, acrescentando que o desenho de
embalagens e doses mais pequenas, mais adequadas às famílias
contemporâneas, "é também uma maneira de não mexer muito no preço".

A indústria nacional, nomeadamente os associados da Portugal Foods,
tem seguido as tendências com atenção, garantiu Isabel Braga da Cruz.

"Há uma preocupação grande de olhar para fora, porque também há uma
preocupação grande de exportar, identificar mercados-alvo, saber como
se comportam, quais os mais interessantes para a sua oferta e como
podem adequar a sua oferta a interesses e necessidades específicas
desse mercado".

A inovação tem sido também uma aposta, que já deu às empresas da
Portugal Foods cinco prémios Inovação no SIAL (Salão de Alimentação do
Médio Oriente), que decorreu em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos,
no passado mês de Dezembro.

http://www.publico.pt/economia/noticia/seniores-sao-o-novo-alvo-da-industria-alimentar-1581079

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