quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

2013 é o ano dedicado à quinoa, a rainha dos pratos saudáveis

Por Diogo Pombo, publicado em 13 Fev 2013 - 03:10 | Actualizado há 6
horas 43 minutos
Nos últimos anos houve um boom de procura do que para a FAO é um dos
alimentos mais completos que existem


Não é por acaso que a consideram um superalimento ou que a Organização
para a Agricultura e Alimentação (FAO) lhe dedica o ano de 2013. Hoje
a quinoa é considerado o mais nutritivo dos alimentos vindo de uma
planta, e basta considerar as suas características para entender
porquê: concentra, em média, entre 14% e 18% de proteínas, tem os dez
aminoácidos essenciais para a alimentação humana e não contém glúten.
Tudo isto depositou na quinoa a coroa da popularidade entre os
alimentos ditos mais saudáveis e levou a um boom da procura mundial.
Nos anos 80, o planeta produzia anualmente 20 mil toneladas deste
grão; hoje produz quase 100 mil.

"Há alturas em que se destaca um superalimento e ele passa a estar na
moda durante algum tempo", resumiu Cristina Rodrigues, fundadora da
Associação Ambiental para a Promoção do Vegetarianismo, em conversa
com o i. E agora essa moda vai durar pelo menos 365 dias, já que a FAO
(das Nações Unidas) classificou 2013 como o ano internacional da
quinoa. "Não é exclusivamente procurado por vegetarianos, mas por
norma são os mais atentos às questões nutricionais", acrescentou a
dirigente, também ela vegetariana.

CONTA QUEM SABE Como o dito e o feito nem sempre andam de braço dado,
o i foi saber se a quinoa é já companhia de vegetarianos. Apesar de a
amostra ser reduzida, fica a ideia de que ainda não seremos um dos
seus principais importadores. "Já ouvi falar, mas nunca experimentei",
é a confissão de quem sente na pele uma opção que já vai em sete anos.
"É uma questão de estar atenta ao que como e em que quantidade." É
assim que Inês Delicioso resume a sua alimentação, hoje mais rendida
ao tofu, uma das variantes da soja. O labor profissional levou-a há
dois anos para Londres, onde o tofu e o seitan "não são assim tão
caros como em Lisboa". O mais aborrecido, destaca, é mesmo a
"preparação de que precisam antes de chegarem a um sabor e ponto
comestível".

Mais longa é a jornada de Maria João Fialho, há dez anos em andanças
vegetarianas, com paragens principais em "legumes, seitan e
pré-preparados, [como] salsichas e hambúrgueres de soja". Com Inês
partilha o sabor como "aspecto a que dá mais atenção", admitindo,
porém, que olha para "a facilidade de preparação e a versatilidade" no
momento de escolher o que entra ou não no saco do supermercado. Comum
a ambas é a ausência da quinoa dos seus hábitos alimentares. Mas já há
quem a tenha "começado a cozinhar há pouco mais de um ano", como conta
Inês Bargão. Ainda assim, lamentou, "deveria usá-la mais vezes",
embora tenha sublinhado que "tenta tê-la sempre em casa".

À falta de estudos sobre hábitos de consumo dos vegetarianos em
Portugal, a percepção de Cristina Rodrigues é que "as tendências de
consumo variam um pouco com o tempo que uma pessoa é vegetariana". Ao
aguentar um início de fuga aos produtos animais, com os habituais
substitutos de carne e soja, costuma surgir a opção de "usar mais
leguminosas, algas, germinados" e, lá está, a quinoa.

http://www.ionline.pt/mundo/2013-ano-dedicado-quinoa-rainha-dos-pratos-saudaveis

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