sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A agricultura: o “ouro verde”

08/02/13 00:04 | Pascal Teixeira da Silva

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Desafios e oportunidades de França 23/04/12

Há pouco tempo tive ocasião de salientar, nesta mesma página, a
relevância da indústria na economia dos países europeus. O mesmo pode
dizer-se da agricultura.

É oportuno lembrá-lo no momento em que se discute o quadro financeiro
plurianual para 2014/2020 que irá definir os recursos financeiros para
a política agrícola comum (PAC).

Bastam alguns números para avaliar a importância estratégica da
agricultura: entre 2011 e 2050 a população mundial passará de 7 mil
milhões a 9,3 mil milhões; para alimentar os 2,3 mil milhões
adicionais de pessoas e combater a pobreza e a fome, será necessário
produzir mais 70% e, ao mesmo tempo, utilizar recursos naturais cada
vez mais escassos com mais eficiência e adaptar a agricultura às
mudanças climáticas.

A Europa conseguiu resolver o seu problema de abastecimento
agroalimentar, depois tornou-se uma potência agrícola, pois em 2011 a
UE registou um superávit comercial agrícola de 7 mil milhões de euros.
Considerando que a população europeia irá diminuir, a agricultura
europeia, graças às suas condições naturais favoráveis e à sua forte
produtividade, poderá responder a uma procura mundial crescente.

Embora o peso da agricultura no PIB da UE seja mínimo (2 %), ela é a
base em que assenta uma indústria agroalimentar que é um dos maiores
setores da economia europeia. Aliás, a agricultura tem um papel
crucial para o desenvolvimento dos territórios nos planos social e
ambiental: ela é a principal fonte de rendimento de cerca de 20 % das
populações que vivem em zonas rurais e é também fundamental para a
manutenção das paisagens que, na Europa, são quase todas de criação
humana. A preservação da diversidade dos territórios e das produções
agrícolas é uma questão que respeita tanto a cultura como a
agricultura.
Um dos eixos da PAC no século XXI é conciliar a produtividade da
agricultura e as preocupações ambientais, através do melhoramento da
gestão dos recursos e do chamado "verdejar" da PAC.

Portugal está empenhado em desenvolver a sua agricultura que é agora
um dos raros setores a crescer e a criar empregos. Por isso, tem um
interesse fulcral numa PAC forte, dinâmica e reformada. A visita do
ministro francês da agricultura a Portugal, a 1 de Fevereiro, permitiu
constatar um alto grau de convergência entre os dois países sobre os
objetivos e as vias para que a agricultura europeia seja "ouro verde".

Pascal Teixeira da Silva, Embaixador de França

http://economico.sapo.pt/noticias/a-agricultura-o-ouro-verde_162190.html

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